Hoje sentei-me na porta do mundo, e olhei a volta, sorri e apreciei, ouvi depois chorei.
Pensava nas voltas lentas que o mundo dava, e que enquanto girava a vida se alterava ao seu tempo. Olhava ao lado e aprendia, ouvia e acreditava, apreciava e era admirada. Contudo o mundo rodava lento, e pensei como se o tempo passava tão depressa. Uma comparação absurda talvez, mas se pensar-mos as suas voltas resultam no tempo da nossa vida, são as voltas que damos, as quedas que nos traiem. Mas o meu olhar mostrava-me que o que via era perfeito, que o mundo era redondo, que o universo era infinito, que as estrelas brilhavam. Mas um cometa estremeceu e tocou sobre a minha cabeça, parei, observei, não ouvi, porque esse cometa mostrou-me que as coisas não são assim, não existem coisas perfeitas, nós é que assim as fazemos, as coisas enganam. Quando ouvia, ouvia o que queria, e o que não devia, ouvia a mentira, e a mais pura verdade, o problema era qual delas certa seria.
Um amigo não é aquele que está sempre do teu lado e contigo concorda, é aquele que critica.
Um amor não é perfeito, apenas complementado.
Um olhar é como um espelho, mas lembrem-se, os espelhos enganam e nem sempre são a imagem da alma.
Um ruido é um mexerico que corre de boca em boca.
O silêncio uma morte.
Uma dor uma desilusão.
Um carinho, por vezes amor, por outras pena.
E tu, a tua voz, o teu olhar, o falso.
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