(Antes de leres, liga a música)
Odeio o facto de teres entrado na minha vida, ainda mais odeio o descuido de te deixar permanecer nela.
Fujo do facto que te escondes à beira da minha linha, e de a abanares enquanto me fazes andar as voltas, onde consegues que simplesmente perca o equilibrio, apenas com o teu balanço.
Odeio a cara com que me olhas sempre que quero passar por invisivel. Tenho o corpo, a alma e o coração quentes do inferno em que me deixas-te.
Doiem-me as forças, doi-me a garra que me deixas-te escapar.
Odeio quando pensas ser alguém superior, mas no fundo és tanto ou tão culpada pelo que fazes, por o que ves, por aquilo que dizes, e por o que me fazes sentir.
Dói quando quero o teu abraço e recebo um silêncio frio, uma melodia amarga.
Odeio a flor branca que deixas-te a minha porta, que com a chuva dos meus olhos e a saudade da tua passagem secou, ficou negra, e o vento espalhou a suas pétalas por aquele jardim onde passeamos a última vez.
Não aguento respirar o mesmo ar que tu, pisar o mesmo chão que pisamos, ouvir a música que te cantei.
E acima de tudo odeio-te por a visão que fazes que eu seja, por a visão que fazes do que fomos, e por a intriga que nos obrigas a passar hoje.
Respeita o olhar que escondo, o cabelo que me tapa a cara, e a palavra que me sai da boca, respeita essas últimas que a guitarra ainda irá ouvir, que o teu coração vai abrir, e que a minha boca, vai dizer a sorrir.
Ouvi dizer que um olhar vale mais do que mil palavras, o teu passa por mais de mil guerras. O tempo parava quando chegavas, agora é como carregar no comando a passar aquele momento.
O teu sorriso brilhava como aquela luz de sintinela lá em cima, agora o meu brilha como aqueles planetas que ves, e não lembras que foram teus.
margarida, este texto tem algo, algo que nao sei explicar. fizeste-me chorar. acho que foi dos melhores que já escreveste. é mais fácil escrever sobre o que sentimos.
ResponderEliminargosto muito de ti.
um beijo*