domingo, 31 de janeiro de 2010

eu agarrei, ou pensei que agarrei

pedis-te que te desse tempo, mas o tempo e rápido e escasso. Não posso comanda-lo. É como um sonho, ou melhor o nosso sonho. Voas sem fim, a tua imaginação não pára, e no fim pensas sempre que vais acordar a meu lado e eu ao teu. Não é como um balanço de lá e de cá. Não é como o vento que vai e vem. Não é como a maré cheia e vazia. É intrasitório.
pedes-me que agarre a tua mão, jurando que me ajudaras assim como eu a ti, com tudo e todos, mas no fundo o que nos matara aos poucos e poucos, nao eram as promessas que fazemos, mas as coisas que não conhecemos e tu arriscas-te demais.
passou passou. Não, nem tudo se conserta, o nosso tempo já não se conserta.
ontem passei a tarde a espreitar da janela o mundo lá fora. Aquele que considero um aparte na minha tela. Reparei no tempo, primeiro e de noite, depois amanhecer, aprarece o sol, nesta altura do ano, o nublado, depois sol, nublado e assim consecutivamente, e por fim o por do sol e o anoitecer. A questão aqui, é na realidade quanto tempo fiquei eu a olhar para aquele mundo? Quanto tempo perdi eu a pensar quantos dias estaria a observar aquele teu espaço?
eu não percebi, perdi a noção do tempo, não me lembro. Foi tao vasto, natural e pouco permaturo, que era como se não tivesse interesse, ou contra, fosse o mais intenso tempo que observei do teu espaço.
foi uma curiosidade. Foi por mero espanto e inclinação que me debrocei naquela janela a observar tudo. E quando a noite apareceu lá estava eu a observar o mundo lá fora, e a agarrar a tua mão. Foi o que me pedis-te, ainda te lembras porque? Sim, com medo de te perderes no tempo, com medo de veres o que te aconteceria além do nosso amanha, só que me questionei..
aquela mão que estava a agarrar não sei se era de outro alguém. Não sei se era a tua, e pior, não sei se era a minha. E assim pensei que tudo isto passou numa questão de instantes, como o tempo faz da nossa vida, enquanto dormia e sonhava com receio de sair do meu ninho lá para fora, e afinal quem agarrava era o meu eu.



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