segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Rita

Sabes há bons momentos se soubermos criá-los, e isso contigo não é de todo um problema. É até inquestionavel meu anjo.



és muito ritinha, obrigada @

1 comentário:

  1. Os amigos
    "Os amigos. Entrariam por uma casa em chamas para nos salvarem. Mentem por nós à nossa própria mãe. Sabem de nós mais do que somos capaz de lhes dizer. Jurariam que à hora do crime estávamos a tomar chá com eles. Mesmo que a polícia nos encontrasse com as mãos cheias de sangue. 'São rosas, senhores. Andei com ela toda a tarde a cortar rosas, senhores. Sangue de espinhos, senhores.'
    Eles exigem-nos coisas de nada. As nossas lágrimas. O nosso lenço de assoar. A pele dos nossos inimigos. As batatas fritas do nosso bife. A nossa melhor roupa, por uma noite. Exigem-nos tudo o que nos dão. É preciso regá-los regularmente: é nos ombros deles que cai toda a água dos nossos olhos. Eles espevitam-nos o sentido de humor quando menos nos apetece. E depois ficam connosco quando as luzes se apagam e toda a gente se foi embora. Só aos amigos é dado o espetáculo da nossa miséria.
    A paixão é uma fatalidade fácil. Uma aparição divina, só. Não há maneira de a prender para toda a vida. Por isso a embrulhamos no áspero papel da amizade. Para preservar e esquecer.
    À paixão aceitam-se confissões de ciúme, voragens de posse. À amizade não. Somos capazes de confessar tudo aos nossos amigos menos essa insegurança que nos mói:
    – Não, não gostes mais dele do que de mim."

    de A Instrução dos Amantes, Inês Pedrosa


    Obrigada! Adoro-te Mags :$

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