sexta-feira, 2 de abril de 2010
[02-04-2010]
Cheguei e vi tudo à minha volta, como folhas de um livro à solta. Um livro, uma biblia confusa, longa e inacabada. Nada em nenhuma parte daquela disposição naquele quarto tinha sido preparada ou planeada a rigor.
Aconteceu. Não sei se porque sim, se por acaso.
Á minha esquerda, uma janela entre aberta com cortinhas de flores a esvoaçar, e pequenos poléns guardados como pó, como um pó alérgico, no parapeito da janela, à espera de atacar alguém com o seu poder irritante. No fundo o mesmo poder que tinhas em mim.
Á direita uma escravaninha antiga, coberta por uma toalha velha de renda e com inconfundiveis trapos de roupa que por lá iamos deixando cair e mais uma vez ficaram desarrumados e esquecidos.
Era de todo incomodativo, mas o pior é que ao mesmo tempo eu queria que assim fosse, mesmo que me falha-se a promessa que fizera ás lágrimas que diziam estar secas, fracas e gastas.
Dei uma volta e fechei os olhos. Quando abri restava apenas olhar ao que tinha á minha frente. Uma cama gasta de paixão, com os nossos corpos marcados, o nosso perfume entranhado nos lençóis, e as marcas de batom que nunca chegaram a sair dali.
Fechei a porta e pela última vez exclamei ao meu ego "good night lover" .
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