quarta-feira, 27 de maio de 2009

Citações

"Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O gênio do pintor há-de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: luta de homens e de animais, paisagens, monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista." LEONARDO DA VINCI

"Cada qual chama agradável o que lhe causa prazer; belo o que simplesmente satisfaz; bom o que ele estima, aprova, isto é, aquilo a que atribui um valor objectivo. (...) Pode dizer-se que destes três géneros de satisfação, a do gosto pelo belo é a única satisfação desinteressada e livre. Com efeito, nenhum ineteresse, nem dos sentidos, nem da razão, constrage o assentimento." KANT

"Age apenas segundo máximas que queiras ver transformadas em leis universais." KANT

"Quem ama a fama faz a sua felicidade depender dos outros; quem ama o prazer faz a sua felicidade depender das suas próprias sensações; quem é inteligente faz a sua felicidade depender dos seus próprios actos."

"A marca mais profunda do homem contemporâneo consiste na fuga diante do pensamento. Dominado pela massa gigantesca da informação, encandeado pelo imperativo da investigação e condenado pelo ritmo da história à acção incessante, não lhe resta nem disponibilidade nem tempo para contemplar, no sentido forte desta palavra. Por isso, nunca o homem conheceu tanto de si mesmo, mas, talvez, nunca o homem se ignorou mais a si mesmo. "

terça-feira, 26 de maio de 2009

Peço

Nao deites fora em leves maos de liberdade tudo o que te dei
Guarda, em vez, as memórias em em ti deixei.
Essas não soltes, não as largues
E se largares, e assim, fugirem
Se a teu só desejo for
Não corras em busca delas, deixa.as, como uma pena
Deixa.as voar, apagar, soltar
E cair nas mãos de outro ser que as reviverá
Com amor, paixão, tristeza e solidão.

Não te peço um olhar, muito menos um sorriso
Não te peço um beijo, nem o abraço carente.
Peço paz.
Peço a nossa felicidade.
Que o vento leve com ele as nossas mágoas que ficaram
E que com conosco volte e permaneça a pura amizade.

Vou voltar aquele lugar, onde te vi
Vou ouvir a música que ouvimos,
Vou ver a imagem que vimos.
Mas vou seguir a estrada,
Não vou esperar naquela esquina
Vou caminhar em frente,
Passar por aquele lugar
Olhar aquele horizonte
Mas dar sempre o passo a frente.

As pessoas podem falar,
Podem olhar,
Talvez fique famosa
Talvez vas lembrar.te ao ver.me numa folha de jornal.

Quero conversas, quero palavras, quero gostos
Quero saidas, quero vivências
Quero um mar de ondas doces e salgadas que as definam
Um quente e frio ruido do fundo que as guardara
E um búzio que a elas as refugie.

Desejo então sorte, liberdade, cumplicidade
Sinceridade, amor e um toque de saudade para ambos
Com o nosso próximo destino,
Com a nossa próxima miragem,
Com o nosso próximo ser
E um último adeus.

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

quinta-feira, 21 de maio de 2009

suja máscara de tinta

Por tras da marcara quotidiana esta um ser olhado, falado e pouco reconhecido no seu dia-a-dia. Já foi trapo, farrapo, rainha princesa. Foi menina, foi pequena. Agora esta gasta, suja, usada. Farta de olhado, fica escondida no rosto transformado em mascaras de tinta, que disfarçam cicatrizes abertas. Perguntar como se salvar dessa vida de ruina que passa no quotidiano, e algo que questiona todos os dias.
Fugindo da multidão, encontrada por os desertos. Poucous a conhecem, mas muitos sabem quem é.
Muitos vêm o seu pobre.
Muitos vêm o seu podre.
Mas poucos, na verdade, os conhecem.
Apenas ao fim de cada dia, só, trancada em sua casa, num cubiculo obscuro, frio e despido, na perdida noite e escondida do mundo la fora, olha o espelho, grita no seu reflexo, e com clareza e mágoa limpa o seu rosto disfarçado por uma vida.