sábado, 19 de dezembro de 2009

M.. (L)

I always needed time on my own
I never thought I'd, need you there when I cried
...
When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now
When you're gone the pieces of my heart are missing you
When you're gone the face I came to know is missing too
When you're gone the words I need to hear
to always get me through the day
And make it ok
I miss you..

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

P.R.

Acho que nunca tinha olhado tanto assim para as ondas como naquele dia. Apesar de ser seres só tu e eu, sentia que assim o era, eu tu e as ondas. Não ouvia nada nem ninguem, só o vento, as ondas e o bater do meu coração.
No final da tarde senti que podia fugir contigo, pegar num barco e desaparecer no horizonte escorecendo como o por do sol que foi, era, e é o nosso 'amor'.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Conto de Fadas

Não, não sei se foi só um sonho. Não senti como se fosse um sonho. Foi mais que essa sensação de aproximação irreal. Tavas ali meu amor, estavas a meu lado, sem me tocar.. mas a olhar para mim, sim com aquele olhar, aquele olhar intenso, aquele que fazes quando estas triste mas ao mesmo tempo que me queres dizer qualquer coisa e tens medo disso, não queres que aquele momento acabe, queres como eu ficar ali quieto a olhar pra mim.
Foi tão repentino, até me pareceu como uma miragem no teu deserto, que acabei por me perder, mas acordei. Eu toquei.te, ou melhor, senti.te. Senti o teu toque estavas ali a tocar o meu rosto como que fosse a primeira vez que tinhas a posse de sentir a minha pele mas tuas mãos. E aquele olhar.. aquele olhar foi como se tivesses visto os meus olhos com esses teus castanhos chocolates, doces, naquela madrugada a caminho de casa encadiados pelo nascer do sol. Talvez ai fora o principio do nosso amor, talvez ai descobri que não eras apenas o rapaz que me levava a casa por simpatia, mas sim com medo e para me proteger.
Tinhas uma respiração tão forte ,enquanto te preparavas para me beijar, como naquela tarde em que jogamos a apanhada na relva do jardim. E depois, quando me beijas.te senti saudade, senti que me desejavas ali e agora, e que isso não podia deixar de acontecer. Adormeci no teu abraço contigo a tocar.me no cabelo como se fosse uma pequenina a quem cantavas canções de embalar para ter bons sonhos. Como se fosse preciso.. tu tavas ali comigo, isso bastava.me para viver uma noite num conto de fadas, e não foi que foi mesmo isso? Um conto de fadas..

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Arrecadação

Estava tudo tão vazio, mas ao mesmo tempo tão cheio, frio mas ao mesmo tempo quente, calado mas ao mesmo tempo barulhento,.. mas escuro.
Estava apenas cheio de sacos e caixa de cartão, com roupas, brinquedos, livros e umas garrafas de vinho. Contudo estava vazio, já não significava nem tinha nada, e ao mesmo tempo estava cheio de recordações.
Era frio, mas ao mesmo tempo tão quente, tão acolhedor. Não, não era dos lençois de flanela nem dos cobertores quentes com que nos tapavamos em frente ao aquecedor no inverno, era da lembrança daquelas noites à lareira, em frente a televisão, quando discutiamos e roubavamos o comando uns aos outros, porque cada um queria ver uma coisa diferente. Era dessas vezes em que me faziam cocegas e me dixavam cair pra fora do sofa. Era daquela luz pequenina que estava sempre por cima da tua cabeça quando lias a porta da sala, e das luzes dos candeeiros da rua, que mesmo sendo fria, pareciam aquece.la. Mas a luz daquele corredor estava já gasta, apagada, fundida.
Não se ouviu barulho nenhum, nada, nem da corrente de ar do corredor, mas ao mesmo tempo ouvia as gargalhadas, dessas ceias, das noites de natal, das noites dos filmes caseiros.
Aqueles brinquedos, são muitos sim, estão empacotados, mas lembro.me de abrir as caixas e sacos, e abraça.los todos, um a um como se nunca os tivera tocado, como se fosse a primeira vez que o fizera. E tu, apareces.te com um "Olá", dois beijos, e despedis.te.te virando as costas e a dizer "Adeus, até logo", sem me voltares a olhar, sem um beijo, sem um abraço.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cabaré

[Um pouco disto]

Os casais trocam caricias, as meses estão cheias, mas mesmo assim ainda há uma fila enorme a porta. Faltam dez minutos... Por fim o espectáculo começa.
Não há mesa que não tenha um copo de vinho cheio e uma cigarrilha a mão. Chiuuuuu.. O espectáculo começou.
As bailarinas dançam com pequenos vestidos, de salto alto, claro, com os olhos muito pintados e labios vermelhos cobertos de sedução. Dão voltas, e voltas, e mais voltas até deixar todo o publico louco.
As mãos começam a descer das mesas, para as pernas. Os vestido levantam e como se nada fosse, o copo de vinho e o cirgarro sempre na mão para disfarçar. Aos poucos a sala vai vasando. Os quartos do hotel começam a encher, e mais gente vai entrando à espera da sua vez.
Os casais estão loucos, e no fim voltam todos aos seus lugares. O espectáculo está a acabar, não podem dar nas vistas, todos arranjados, elas com o seu pó de arroz e batom encarnado, eles com os sapatos envernisados e um laço ao pescoço.
O espectáulo acabou. Devagar todos solicitam as artistas, e algumas vão desaparecendo, outras vão pro camarim, mas...
Uma delas, senta-se sempre na mesma mesa do bar, com a mesa cheia de rosas vermelhas, um copo, uma cigarrilha. Com a cara borrada. E olha à volta.
Toda a vida se havera dedicado a algo tão belo, tão atraente, sensual, a uma vida de sedução e dança. Essa vida chegou ao ponto que a estragara. O seu corpo ficou velho, as rugas subressaiem.se, as pernas estão já fracas para aguentar os sapatos de salto, e as luzes começam a apoderar.se da sua cegueira em palco.
Era o seu último dia.
Como se por coincidência soubesse disso, dançou uma última vez no palco como se fosse a primeira vez que o pisava, e morreu com a rosa mais viva daquele ramo presa no cabelo, o vestido rasgado das traças do armário de todos estes anos, e com o aroma do perfume que tivera sempre daquele cabare.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nuestra Historia de Dos @

Esta es nuestra historia solo tu y yo,
nuestro cuento perfecto, nuestra historia de dos,
se que hay muchas aunque, ninguna como esta,
mi vida tiene sentido porque formas parte de ella,
todo es perfecto, yo pienso de día y de noche te sueño,
esclavo de mis palabras dueño de mis pensamientos
y miento cuando digo que quiero escapar sin ti,
porque siento que si no estas falta un pedazo de mi!

Te quiero!, por encima de todo, palabras se quedan cortas,
sentirte es lo mas precioso, me pierdo en tu mirada
me derrito en tu boca, me despierto junto a ti
luego chocar el mar en las rocas, se que es duro ver
como se aleja el tren y la persona que mas amas viaja
y se marcha con el, pero la distancia
no es obstáculo para ninguno, desde una playa solos,
vimos amanecer juntos, son sentimientos agarrados
a estos folios una historia tan fantástica
donde no existe el odio faltan paginas en este
cuento que los dos llenamos, cada paso, cada beso,
cada abrazo es un relato que narra mi cabeza
y escribe este corazón,
porque la única razón de seguir es esta relación
nuestra unión…el vinculo que nos une,
quiero bajar de la luna y elevarte hasta las nubes!

Solos, rozando el limite de lo prohibido
para hacer mas especial el momento en que
nos unimos para formar solo uno, no es solo
una historia mas…momentos que ninguno de los dos
jamás olvidará…Te quiero!


Mas allá del sol abra un lugar,
donde mis sueños
se hacen realidad…donde tu estés,
yo quiero estar
porque mi historia esta donde tu estas…


Eres tan grande para mi, que en mi corazón no cabes,
quiero alejarme junto a ti a un lugar donde no haya nadie,
aunque entre tu y yo haya distancia,
nunca nos va a separar, ojala el tiempo
se parara para poderte besar eternamente,
porque es mi corazón el que te siente,
es que quiero estar contigo cada momento para siempre,
hace explotar sentimientos donde no podían crecer,
las mariposas vuelan libremente, formas parte de mi ser,
porque tu eres mi sol entre millones de estrellas,
pero entre ellas solo se te ve a ti por ser la mas bella,
imaginemos que formado tal las nubes desde el suelo
porque sentirte tan cerca es como flotar por el cielo,
quiero que seas mi pasado presente y futuro,
el ayer el hoy y el mañana, gracias por estar juntos,
en un edén sin fin con el fin de dar sin pedir a cambio,
quiero respirar el aire que contienen tus labios,
te quiero mas que todo y mas que nada en este mundo,
¿Cómo te puedo querer tanto? , a veces me lo pregunto,
quiero verte, tenerte, hacerte mía para siempre
porque tu ocupas cada momento que existe en mi mente,
por ti lo dejaba todo atrás, porque cuando estoy contigo
siento que no importa nada lo demás, en un cuento
de hadas perfecto se que nadie nos entiende,
esto es único porque nuestros corazones se quieren,
contigo el tiempo pasa rápido y eso me jode
y cuando no, pasa muy lento y en contra se nos pone,
estas por encima de lo que existe y de lo que no va mas
allá de las palabras aunque el amor se exprese con un Te quiero.

Son escritos, cartas actos que plasman lo que sientes,
caricias besos abrazos miradas que nunca mienten,
siempre, escribo en nuestro diario nuestra historia de dos,
decidimos titularlo, nuestra habitación
de dos tu mundo para nosotros,
necesito llevarte siempre conmigo aunque sea en fotos,
se que parece imposible pero cada día te quiero mas
porque esta historia tiene principio, pero no final,
tienes algo y ese algo te hace ser especial,
fácil de sentir, difícil de explicar,

Te quiero! Solo tu y yo en nuestro mundo perfecto,
eres tan perfecta que me has hecho pillar complejo,
26 fue el primer día del resto de nuestras vidas,
ya no se como decírtelo mi vida,
quiero que seas para siempre mía, solo tu y yo,
nuestra historia perfecta, nuestra historia de dos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Passagem de Ano

São todas uma passagem para uma nova tentativa de vida. Todas são diferentes, umas melhores outras piores. Idependentemente das pessoas, do lugar, do momento, é nessa altura que tenho o deja vu de mais um ano que se passou. É quando penso no que fiz, e ou podia ter feito. É quando quero voltar atrás para repetir ou apagar, alterar como se apenas com um estalar de dedos o podesse fazer.
Este ano foi o melhor e o pior até agora. Foi cheio de mudanças, emoções, desejos, esperanças, perdas e angustias. Esta passagem vai-me fazer lembrar de tudo isso, de tudo o que passei, o que vivi e aprendi. Mas desta vez vai ser diferente.
Pela primeira vez vou-me lembrar de ti e do que vivi contigo desde o momento em que olhei os teus olhos e senti o teu abraço até agora que já nao te sinto, que me és estranho, e acima de tudo, vou recordar a primeira vez que me lembro de inocentemente te ter chamado Pai.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Como tu querias

(...)

Eu podia um dia ter sido o que quiseste
Dar o braço a torcer, isto não é um teste
Imagina só o que é que eu tenho a perder
Para mim é uma queca pra ti é lazer
Yo, senta-te um pouco
A ver se consegues
Não sujes a cama se é que preferes
Com tantas mulheres
O que é que sugeres?
Amanhã dou de fuga e tu não percebes
Porquê?
Nem tudo tem que ser lógico
Eu curto mais analógico
Damas assim sou alérgico
Sem te querer tirar mérito (eu sei)
Acabei de assinar um contracto com a emi
Viste bem, apareço na tv?
Mas isso nao quer dizer nada
Quem ama prefere o amor do que a fama

[Expensive Soul]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pequeno Deja vu?

O meu coraçao nao bate daquela maneira porque te vejo, mas sim porque te toco. As lagrimas de que dos meus olhos correm nao são por ti, são por a minha saudade. A expressão do meu rosto nao é do meu sentimento, é do meu posto. E a palavra que dizes ouvir, nao é de mim, é do meu fraco coraçao.

Your body is a wonderland



We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you

One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue

'Cause if you want love
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder, I'll use my hands
Your body Is a wonderland

Something 'bout the way your hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it

...

Damn baby
You frustrate me
I know you're mine all mine all mine
But you look so good it hurts sometimes

...
I'll never speak of this again
Now theres no reason
I've got the kinda love in my hands
To last all season

[John Mayer]

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Como uma estrela

- Olha lá para o céu, tem tantas estrelas... Escolhe uma, e pede um desejo.
- Tão??
- Vá pede um desejo!
- Um desejo?? Se ainda me desses uma estrela..

Como uma estrela que só brilha quando quer
Promete estrela vais sorrir se eu não estiver,
Sempre por perto, que é certo nem tudo dura
Mas a estrela mais brilhante brilha na noite mais escura

Como uma estrela que só brilha quando quer
Promete estrela vais sorrir se eu não estiver,
Sempre por perto, que é certo nem tudo dura
Mas uma estrela brilhante brilha em qualquer noite escura

Olha para o céu e escolhe a estrela mais brilhante
Pede um desejo, que eu peço o meu num instante,
Eu quero toda uma palavra,
O gesto como imagino,
O momento em que consigo mostrar o quanto valorizo o teu brilho
Peço a coragem para dizer de forma que percebas
Que é pelo brilho, e para que brilhes sem que te esqueças,
Que eu te observo se mais ninguém olhar para ti
Eu espero que a noite caia só para te ver brilhar para mim.
Sem os afetos que o teu mundo ainda te nega
Eu sinto obrigação de te mostrar que vale a pena
Brilhar por um sorriso, pela coisa mais pequena
Seja quando já estas bem ou quando choras num telefonema
Que eu acredito no teu brilho e em tudo o que fazes
Eu só te tento motivar a brilhar sem que te apagues
Só quero isso mesmo quando tu te vais
Porque eu acredito ,e sei, que consegues brilhar ainda mais.


Se consegues ver o brilho que te traz a melodia
Vês o suspiro no esforço que o meu rosto evidência
Que não desiste, porque não é por receber ou dar,
É reconhecer a estrela que o mundo não vê brilhar
E o sacrifício fez-me ditar mal sentenças,
Que só queria que tu visses que vales mais do que tu pensas
Eu não quero que brilhes no coração de porta fechada
Só porque as estrelas do céu a mim já não me dizem nada
Tu és a estrela que eu mais gosto de ver brilhar
Eu confesso que admiro o teu brilho ao te valorizar
Eu só quero que brilhes
Eu só quero que fiques, feliz sem que tu retribuas ou justifiques
Saibas que quem te ajuda, conforta e se preocupa
Não quer nada em troca ou colocar-te em posição de culpa
Não deves nada e não posso ser mais sincero
Quando digo que um sorriso no teu rosto é tudo o que quero
E a promessa que sorrirás toda a vida
Mesmo que o tempo me leve um momento de despedida
Como uma estrela que mesmo depois de extinta
Ainda brilha no céu negro de uma noite limpa
Nos ilumina quando o escuro nos mete medo
Que nos fascina por saber que ali vive um segredo
E quando o sol se põe tudo parece mais fácil
No escuro o teu brilho faz-te parecer menos frágil
Por isso brilha, brilha como nunca agora
Não tenhas medo de puder brilhar pelo noite fora
Que se isto não faz sentido também não faz o que tu dizes
Que tu gostas das estrelas e elas nem sabem que existes

Como uma estrela que só brilha quando quer,
Promete estrela vais sorrir se eu não estiver,
Sempre por perto, que é certo nem tudo dura
Mas uma estrela brilhante brilha em qualquer noite escura.

- Agora diz, agora.. agora goza comigo, bate-me, goza comigo, diz assim: seu estúpido
- Seu tolo
- Tão que é que tem, porque é que eu não posso ter uma estrela?


[Royalistick]



Não te esqueças que me a deste, agora também é minha. Por momentos acreditei que era a mais brilhante delas, enquando sentia, e por isso peço desculpa, que era a mais longinqua e menos brilhante naquele céu, mas tu não deixavas que fosse, pelo menos ali.

Obrigada, a sério, obrigada mesmo. @

Proibido

Ouvi dizer que o fruto proibido é o mais apetecido, hoje confirmo-me disso.
A prova é que aquilo que desejamos ter é aquilo que menos nos convém, aquilo que não podemos, e eu quero, sim quero, mas tu fazes-me mal. Foram apenas umas semanas, e eu não me arrependo disso, se o fiz foi porque quis. Tu provas que quises.te, fizes.te, gostas.te, só que agora por teimosia, ou melhor, mania, achas.te que era melhor não, e desistis.te. Então e agora?
Quem me faz mal és tu, eu quero, mas não posso, tu nem sabes o que queres, mas foges e continuas.

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Excerto de Novela

"Sabes, quando eu era pequena o meu pai contava-me uma história.. Ele contou-ma tantas vezes, eu não sei se era porque só sabia aquela ou porque eu pedia sempre a mesma. E nessa história nada era perfeito, nem o principe, nem a princesa, nem o castelo, mas no final eles acabavam juntos, e eu adorava ouvir aquela história, mas ficava sempre trsite porque pra eles ficarem juntos tinham que passar por tantas coisas; e o meu pai percebia a minha carinha e dizia "Na vida nada é perfeito, nem o amor. Mas se nós perceber-mos que amar tanbém é sofrer, que amar também é perdoar, ai, ai o amor torna-se perfeito." O amor é assim, tem falhas e sobresaltos, mas é assim, é perfeito por isso, por isso chega-me, chega-me pra mim esse final feliz. "

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Última Pétala

Eram quatro da manha, vi uma luz ao fundo do corredor, olhei e eras tu. Como costume pegas no teu cigarro e sentaste.te na rede do jardim. Baloiçavas, e baloiçavas.. quase ficava hipnotisada com esse baloiçar sereno que fazias. Era como as crianças, curiosas com tudo o que veem, chegam a ficar obcecadas a olhar pra uma coisa que admiram.
Ouvis-te barulho, percebes.te que te estava a observar, então largas-te tudo e foste ver onde estava. Eu deitei-me depressa e tu voltas-te ao teu lugar. Voltei a levantar-me, desta vez levei o meu cobertor quente e deitei.me em frente a lareira, por cima daquele tapete velho de araiolos da minha avó, e enquanto tentava ouvir o teu silêncio, ia adormecendo com o barulho do vento e do chiar da rede por deixares a porta aberta, em frente as brazas mal apagadas e por cima do resto das cinzas daquela quente lareira. Parecia já velha, um pouco gasta até, estava suja por dentro e por fora, e tinha um tijolo partido. Levantas-te-te e como tal, já me conhecias, e sabias que estava mesmo ali à espera do beijo de boa noite que acabas.te por nao me dar com medo de me acordar, então pegas-te em mim ao colo, enrolada no suave e quente cobertor, e levas-te-me para o meu quarto, deitas-te-me, deste-me o meu beijo e disses-te que me amavas, e que esse 'amo-te' era para sempre sem sombra de dúvida.
Senti como se fosse obrigação, como se fosse a última vez que o fazia, e a última em que te veria.
O relógio marcava as três da tarde, acordei e levantei-me. Fui lavar a cara e beber um copo de leite. Sem fazer barulho fui em pé de bailarina ao teu quarto dar-te então o meu beijo de bom dia, só que..
A única coisa que vi, foi a cama feita, o pijama com o teu perfume, as janelas abertas com o raio forte de sol a entrar para o quarto, e de repente esse raio de sol iluminou um ponto do quarto e ofoscou.me os olhos.
Quando os consegui abrir, olhando em direcção dessa luz, vi que estava apontada para a garrafa de vinho, que bebemos os dois no dia em que nos conhecemos, estava vazia, apenas com agua agora, e dentro dela aquela rosa vermelha que tinhas colhido no canteiro da vizinha (lembras-te quando ela quase te apanhava, de robe, com a vassora na mão?).
A rosa secou, não foi a falta de água, muito menos do nosso amor, foi à falta de ti.
A corrente de ar da janela deixou cair uma das suas pétalas, a única ainda com cor, caiu mesmo em cima da secretária antiga e gasta de madeira do teu pai, que tanto gostavas, e onde com a tua pequena faca escrevemos "De sempre, para sempre, contigo, ou sem ti, meu amor tu pensa em mim" .

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ainda dói

Ouve, é como uma melodia, ou melhor, é uma música pesada que marca muito.
Dói ouvi-la cá dentro, e toca mais o facto de nunca mais desaparecer.
É como se olhasse pra ti ao olhar-me ao espelho. Porque na verdade o que vejo não sou eu, quer dizer, sou, mas não sou eu que falo. És tu que falas mais alto que eu, muito mais.
Deixa-me, larga-me de uma vez. Eu já fiz tudo, e estou cada vez mais farta, e mais perto do meu, do nosso abismo. Sim, porque a culpa é tua, ou até das duas, mas se for tu vais acabar comigo.
Já lá vão tres anos e meio, e tu continuas aqui dentro comigo, sempre em momentos de crise.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Por um momento do teu tempo, dá-ma


..says:

nao quererias ir comigo porque nem eu saberia por onde ir
...says:
pq?
..says:
hum?
...says:
pq nao saberia por onde ir?
..says:
nao sabia achas que sabia?
...says:
e sozinha sabias?
.. says:
nao sei ... mas nao quero arrastar ninguem sem saber o que pode acontecer entendes...?
...says:
nao arrastas
eu e que pedi pra ri contg
.. says:
e porque ir comigo? tens tudo aquilo que te interessa aqui
ta certo nao ta?
... says:
tenho?
que consideras tu ser esse todo?
.. says:
nao sei
diz tu
apenas disse
e aqui que tens as pessoas de quem gostas as tuas coisas os teus pais ...
... says:
os meus pais?
o que são os meus PAIS agora?
já não o são
.. says:
sao teus pais a mesma
a tua mae ... e o teu pai
... says:
como a minha mão disse, tenho tudo o que podia pedir neste momento menos os meus pais juntos,
mas tu sabes
e sabes bem
sabes o que sinto..
tenho tudo?
do que tanto reclamo nas ultimas semanas?
.. says:
... e se fores assim embora o que tens tu?
..says:
dizes isso com a inconsciencia de ti proprio, ve o que me dizes
e tu, se fores embora que tens tu?
.. says:
nada e o que tenho agora
...says:
e eu?
.. says:
e se fores o que tens?
... says:
e se ficar o que ganho?
.. says:
nao sei podes ganhar mais do que se fores
...says:
e tu nao podes?
.. says:
nao
...says:
porque?
és menos que eu?
és igual
ou melhor
.. says:
ah nao
... says:
nao? porque
.. says:
porque... nao sei ...
... says:
porque motivo hei eu de ser especial ou melhor que tu?
.. says:

nao sei
es importante para alguem ao menos
...says:
não sabes quem es?
.. says:
sinceramente
... says:

sou? não sei..
.. says:
es acredita
tu sabes quem es?
... says:
nao acredito
não, não sei quem sou
.. says:
nem eu
acreditas?

Prometo que o faço, se tu também me fizeres a mim:
"E que eu morra aqui
Se um dia eu não te levo à lua
Nem que eu roube a lua.."


E agora... queres dar-me tudo? Dás-me a lua?

.. says:
e o que e tudo para ti?
a lua?
... says:
sabes pq?
.. says:
pq?
... says:
porque a lua é um mundo a parte, um mundo misterioso de ilusões, lá tenho tudo e não tenho nada. Lá sou dona de mares e oceanos, sou dona de sentimentos, senhora dos meus pecados, nao sou julgada nem julgo, porque a lua é so minha, e tua, a lua é o teu mundo individual. Sabes a expressão "Tens a cabeça na lua"? Sabes porque te a dizem? Porque estas guaradada e refugiada no teu singular mundo.

Estrela Cadente

É que por vezes fazemos da vida ficção. Sabes as estrelas cadentes? Normamelnte aparecem em filmes, naquelas partes românticas.
Eu vivi um, estava num banco deitada, abraçada a ti, era já noite fora, madrugada fria, e nos com frio abraçados. Passou a estrela mais brilhante do céu por cima de nós naquele momento, e pedi o maior dos meus desejos contigo. Só que houve um problema, não passou de isso mesmo, um filme, uma ilusão. Os filmes são feitos com a tua imaginação, ou até a realidade claro. Este eu vivi, mas não era o filme feito para mim, pois tu já não estás aqui, fingis-te ser de ti.

Ousadia

De tanto tempo escassou, no fundo tornou-se rotina, nada usual, ele ja nao sabia como era toca-la, ja nao sabia como era senti-la, ate mesmo como se sentira e por ela sentira. Ela estava simples, o mais natural possivel. Sem rasto de batom, sem mascara de tinta no rosto, apenas com uma leve camisa de dormir branca. Ele estava sujo, suado do esforço, do trabalho, estava velho. Quando a vira parecera-lhe um anjo á vista. Ele tocou-lhe, olhou-a, despiu-a mas acordou, e quando viu estava so, no vazio, o que tocara era o seu lençol, o que sentira era a mais fraca saudade.

sábado, 7 de novembro de 2009

Ao fim

Agora chegou ao fim, as palavras esgotaram-se, de tantas tornaram-se iguais, de usadas ficaram gastas. A tinta da caneta secou, as folhas acabaram e já não tenho mais espaço. Cuidadosamente a caneta guardei, rapidamente a sua tinta secou, de repente a última folha vou, e tudo o que disse, acabou no fim ficando por te dizer.

O mar fala de ti

Eu nasci nalgum lugar
Donde se avista o mar
Tecendo o horizonte
E ouvindo o mar gemer
Nasci como a água a correr
Da fonte

E eu vivi noutro lugar
Onde se escuta o mar
Batendo contra o cais
Mas vivi, não sei porquê
Como um barco à mercê
Dos temporais.

Eu sei que o mar mão me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Que te levei ao mar quando te vi
Eu sei que o mar mão me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Quem dele se perdeu
Assim que te perdi.

Vou morrer nalgum lugar
De onde possa avistar
A onda que me tente
A morrer livre e sem pressa
Como um rio que regressa
Á nascente.

Talvez ali seja o lugar
Onde eu possa afirmar
Que me fiz mais humano
Quando, por perder o pé,
Senti que a alma é
Um oceano.

[Mafalda Arnauth]

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Quem sou eu"

Não sei eu, não sabes tu.
Sou uma pessoa como as outras, com defeitos e qualidades, posso até ser a única a conhece-los, mas só tu pensas sabe-los avaliar. Vivo num mundo ilusório, onde vejo a realidade e me revolto com isso, mas onde gostava um dia de poder mudar o mundo com uma mão.
Ás vezes ando por ai a pensar que sentido tem esta vida, que prazer nos dá? Esforçamo-nos para conseguir alcançar os nossos objectivos e no fundo, chego ao fim e penso que está tudo, mas não, falta sempre algo, aquele espaço nunca está completo.
Se não for eu a acreditar em mim, não vai ser outro alguém a fazê-lo, Não vais ser tu que me vai dizer que sou isto aquilo, ou que consigo ou não o que quero.
Mudava muita coisa neste mundo, se pudesse, mudava pessoas. Não as fazia à minha medida, fazia na medida que acho correcta, com as proporções certas, não as que tenho a meu ver, mas sim as que têm as qualidades que hoje são cada vez mais escassas e que temos pena disso.
Posso ser amarga, ou doce, mas sou aquilo que deixas que seja, e permitas que faça contigo, porque não sou maior que os outros, até mesmo posso ser inferior, mas no fundo não dizem que somos todos diferentes mas todos iguais?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Pequena Dor"

A tua pequena dor
quase nem se quer te doi
é só um ligeiro ardor
que nao mata
mas que mói.

É uma dor pequenina
quase como se não fosse
e como uma tangerina
tem um sumo agridoce.

De onde vem essa dor
se a causa não se ve
se não e porduz amor
então e uma dor de que.

Não esponhas essa dor
e preciosa e so tua
não a mostres tem pudor
e um lado oculto da lua.

Não e vicio nem custume
deve ser inquietação
nao há nada que a arrume
Dentro do teu coração.

Talver seja a dor de ser
só a sente quem a tem
ou sera a dor de medo
a dor de ir mais além.

Certo e ser a dor de quem
nao se da por satisfeito
nao a mates quarda bem
guardada no fungo do peito

[Rui Veloso]

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

The Galway Girl

Um dia estava a dar um passeiu naquele longo caminho, conheci uma rapariga e paramos para conversar, num calmo dia. E eu pergunto.te, amigo, o que farias, pois o seu cabelo é negro e os seus olhos azuis. E eu soube ali, que tinha encontrado uma rapariga, andava por ai com uma Galway girl.
Começamos a andar e por o caminho começou a cair a chuva, e ela pediu.me que a abrigasse, então eu dei.lhe a mão, e agora estou de coração perdido por uma Galway girl.
Quando acordei, estava completamente sozinho, com o corção partido e um bilhete em casa. E pergunto.te agora, diz.me o que farias se o seu cabelo fosse negro e os seus olhos azuis?
Viajei por ai e vi todo o mundo, mas rapaz, nunca vi nada como a Galway girl.

[como uma traduçao, resumida à história da música]

http://www.youtube.com/watch?v=vWjyP1iW3vs

20.10h- Ir por ai, sem ti, por mim

Apetece.me sair, vaguear por ai.. Talvez já não à tua procura, mas sim à minha. Procurar por a nuvem que me levou que o vento ajudou, procurar por a chuva que gastei à procura de ti, procurar por o sol que iluminei quando me descobri.
Procurar por um traço de ti, procurar por um rasto de mim.

domingo, 1 de novembro de 2009

my little love





Marley

Meus Queridos, a voces @

Amor mio
Amor mio por favor
Tu no te vas
Yo cuentare a las horas
Que nadia hoy

Vuelve
No volvere no volvere no volvere
No quiere recordan
No queire recordan

Vuelve
No volvere no volvere no volvere
No quiere recordan
No quiere recordan

[Gipsy Kings]

O sabor da lua [Ferreira-01-11-2009]

Que sabor tem a lua? Pergunto-me será doce, amarga, ou como o estado de espirito? Será como o teu ser, ou como o meu? Será leve será pesada? É de leste ou de lá. Que tens tu para me contar. Que ves ai de cima? É bonito? É claro? Nublado? Como é a tua noite? Sim, tu lua, que sabor é o teu..

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

.|.

Que mal fiz eu pra me prender tanto ao teu podre!?
Só me deixas pior, já não consigo ter vida própria! A toda a hora te intremetes, é o teu nome, a merda que fazes.. Deixa os outros viverem em paz! Só me preturbas o sentido caramba, tudo aquilo que me tiras-te e ensinas-te está a voltar e a perder-se!
Vê se te acalmas e olhas à volta!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Revolta

“Chorei, mas não sei se alguém me ouviu, e não sei se quem me viu sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde, vou ser forte e vou-me erguer, ter coragem de querer, não ceder nem desistir, eu prometo, busquei nas palavras o conforto, dancei no silêncio morto e o escuro revelou que em mim a luz se esconde, vou ser forte e vou-me erguer, ter coragem de querer, não ceder nem desistir, eu prometo. “

Não sabem o que sinto, revolto-me pro dentro, e sei que o vêm por fora. Sim são voces, voces que não me dão vida, voces que renego, voces que evito e fujo.
És tu que me olhas, e eu vejo que o fazes. Por ti, só ODIO, apenas vives com a vida dos outros, és um coitadinho. Deixa de ser mesquinho, vê.te ao espelho, não és mais que ninguém, escuzas de rebaixar os outros, porque tu é que não vales nada. Na hora ninguém da a cara por ti, ninguém se mete à tua frente, ja te deram provas disso caramba, vê! Quando pensas que és tu que falas mal nas costas, repara que tens as orelhas quentes da conversa dos outros à custa dos teus actos.
Não és mais que tudo o que Deus pôs no universo. Muito menos alguem superior a ti mesmo. És terra em agua molhada, lume de lixo. Não vales um terço do que tens, nem tens um quarto do que eu tenho. A chuva espalha humidade suja no céu onde voas-te, mas o vento que suprou apanhou-te e fez a maior tempestade que já vira.
A tua dor é invisivel, secalhar até inexistente. A tua voz rouca e mentirosa, obscura como os olhos com que nos olhas, o teu sorriso sinico com a maior sombra que a tua alma projecta. Os teus actos não chegam aos céus, o teu jeito é de reu. Comportas-te como um deprimente, por favor, sê gente, vê se entendes, aqueles com que falas nem a ti valem nada e tu que com eles pregas estragas a paz que têm. Pensa por as tuas ideias não sigas e imites os outros, aprende a ser tu proprio. Aprende a ter vida, aprende a ter a TUA.
É triste, não tens vida própria, os meus vicios são pessoais, os teus virtuais. Pois eu não vivo à pala dos teus vicios, e tu não vives sem o vicio da vida dos outros.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sorri

Nós nao somos melhores pessoas por sabermos rir, mas sim por fazer sorrir os outros. Não somos maiores por nos rir-mos deles, mas sim por rirmo-nos com eles. Não somos grandes por sermos caixas de segredos, mas sim por sermos fiéis. Não valho mais que ele porque tenho aquilo, pelo contrário, ele vale mais que eu porque tem o que não tenho. Não sou maior por os olhar, mas eles sim porque me olham como cegos. Não ganho por escolhas, ganho por as minhas opções. Não sofro porque perdi, e eles porque não o têm. Tem a posse de algo, algo que eles não têm, algo que eu não tenho, tu não tens, e nós não temos, porque somos diferentes, temos diferentes tamanhos, pesos, opinões, qualidades e defeitos, mas no fundo à coisas na vida que nos marcam a todos, e ai, no bem ou no mal, o nosso melhor é o nosso sorriso, o teu e o que provocas aos outros.

domingo, 25 de outubro de 2009

I think fallin for you

Instante

Anseio por te porder amar desesperadamente amor
Quero tua pele molhada, teus lábios cereja
Toca-me paixão, leva-me desta multidão
Da-me tua mão, leva-me meu coração

Só morrerei contigo
Só viverei sem ti
Minhas gotas são cascatas banais
Teus olhos prisões fatais

Flor de leves pecados
Minha doce companhia
Inspiração dos meus sonhos
Luz da minha alegria

Ainda me lembro
Quero minha paixão
Vem meu conforto
Voa meu coração.

Escrevi teu nome em sangue
Tatuagem que ficou
tudo num instante
A ferida que sarou.

Beijo em silêncio

Se algum dia sentires a minha falta, olha pra o horizonte. E toda a vez que uma brisa leve tocar o teu rosto lembra-te, sou eu que te beijo em silnêncio.

domingo, 18 de outubro de 2009

Ódio

Ódio por ele? Não… se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto…

Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!

Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!

Ódio seria em mim saudade infinda,
Magoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não…não vale a pena.


Florbela Espanca

goodbye

Never say goodbye...
Difícil de lembrar mas impossível de esquecer

You're the reason why that i can fly over the sky
Never say goodbye 'cause i'm yours and your mine
Ride it or die Bonnie and Clyde forever more
'Cause i'm still waiting never fading, you knock at my door


Yeah
Hoje recordo mais um dia sem te ver
Hoje penso na ferida que foi abrindo sem doer
Onde é que páras ? Com quem te dás ?
Mudaste de filosofia ou ainda acreditas na paz ?

Ainda me lembro daquelas noites intensas que sem ofensas, trocávamos essências
Seguíamos as crenças
Éramos cúmplices de vendas, de placas planeadas
Não queríamos dinheiro, apenas vingança nas fezadas
Para mim arrazavas quando lutavas com bitchy's nas estradas
Derrotadas pela força das nossas almas abençoadas
Lembras.te quando me agarravas pelas costas ?
As tatoos que amavas, será que hoje ainda gostas ?
Lembraste da primeira vez que beijei o teu pescoço ?
Eu lembro-me do cheiro e ainda o sinto mesmo doce
Fomos abençoados pela loucura e pelo sonho de Deus
Só queria mesmo casar, amar e ter os meus


You're the reason why that i can fly over the sky
Never say goodbye 'cause i'm yours and your mine
Ride it or die Bonnie and Clyde forever more
'Cause i'm still waiting never fading, you knock at my door


Yeah
As pessoas afastam-se muitas vezes para pensar,
Algumas voltam e outras nunca vão voltar
Difícil entender se o nosso amor continua
Se te voltar a ver entregas.te vestida ou nua ?

Ainda segues o teu pacto ?
Ainda somos Bonnie and Clyde ?
Why don't i die... it cant be a lie
but i told you never say goodbye
My little butterfly
Você como vai ?
É difícil de saber
Uma mensagem pelo móvel não dá o real prazer

Eu sei mas queria voltar ao passado
Ainda sinto que podia contar com a mulher que estava ao meu lado
Mas ainda sonho acordado
Ainda sou o mesmo soldado

E continuo com a esperança de te sentir ao meu lado
Realmente isto é um sonho que ninguém há-de sentir
E se este sonho acabar voltarei a adormecer
difícil de lembrar mas impossível de esquecer


You're the reason why that i can fly over the sky
Never say goodbye 'cause i'm yours and your mine
Ride it or die Bonnie and Clyde forever more
'Cause i'm still waiting never fading, you knock at my door

You're the reason why that i can fly over the sky
Never say goodbye 'cause i'm yours and your mine
Ride it or die Bonnie and Clyde forever more
'Cause i'm still waiting never fading, you knock at my door

Never say goodbye, never say goodbye
Nunca digas adeus
Never say goodbye ' cause we're Bonnie and Clyde
Nos somos Bonnie and Clyde
Never say goodbye, never say goodbye
Bonnie and Clyde, yes we're Bonnie and Clyde
Nos somos Bonnie and Clyde
Ready to go for a ride Bonnie ?
I'm always ready to go for a ride Clyde.

["Never Say Goodbye"-B-leza feat Carolina]

sábado, 17 de outubro de 2009

flash

Sente que é e repara que não é a distância que nos separa, porque a gente acaba sempre por se tocar

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Esse espelho, meu amor

Oh meu amor,
Diz-me se foste para longe
Diz-me se compris-te nossa promessa
Meu amor, diz-me..
Diz-me se se percorres-te mares,
Correntes e marés,
Ventos, tufões e tempestades.

Diz-me meu amor, se encontras-te,
Encontras-te o que querias,
Diz-me se o viste,
Diz-me se o tocas-te.

Oh meu amor, a saudade
Que saudade minha
Que lágrima tua.

Oh meu amor,
No teu deserto,
No teu mar,
Na tua profundeza,
Encontras-te-o,
Olhas-te-o,
Perguntas-te-lhe?

Meu amor, esse espelho
Esse espelho mentiu
Esse espelho não era teu destino.
Não o mires mais,
Não, nunca mais.

Diz-me meu amor,
Tivera eu razão
Ou era mesmo o espelho
Que tivera a imagem do meu coração?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Queria, mas não quero

Quero gritar-te ao ouvido que te amo
Quero beijar-te, como ontem
Quero roubar-te outra vez
Quero tocar-te meu amor,
Quero amar-te
Quero matar a saudade de sábado,
A palavra de domingo,
O amor desta semana.
Quero o meu coração de volta!
Quero dizer-te tudo isto, e nada disto,
Quero que saibas, não quero que sintas.

Coco Avant Chanel

Num espaço de drama, este filme contém um grande romance, composto por uma paixão dramática sem se comprometer uma só vez com um "amo-te".
Um filme, que em vez de mulheres, somos amantes. Que em vez de respeitar-mos somos usados.
A vida de uma das maiores pessoas no mundo da moda, Coco.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Utopia

"Beauty is within. The outside is just an ilusion.."

Cartas de Mariana Alcoforado

PRIMEIRA





Considera, meu amor, a que ponto chegou a tua imprevidência. Desgraçado!, foste enganado e enganaste-me com falsas esperanças. Uma paixão de que esperaste tanto prazer não é agora mais que desespero mortal, só comparável à crueldade da ausência que o causa. Há-de então este afastamento, para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante lamentável, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria, que bastavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo.

Parece-me, no entanto, que até ao sofrimento, de que és a única causa, já vou tendo afeição. Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros vão ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má fortuna, que cruelmente não me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres, que não pensa um só instante nas tuas mágoas, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to. Mas não, não me resolvo, a pensar tão mal de ti e estou por demais empenhada em te justificar. Nem quero imaginar que me esqueceste. Não sou já bem desgraçada sem o tormento de falsas suspeitas? E porque hei-de eu procurar esquecer todo o desvelo com que me manifestavas o teu amor? Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paixão, quando me davas provas da tua.

Como é possível que a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado tão cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o coração? Ai!, a tua última carta reduziu-o a um estado bem singular: bateu de tal forma que parecia querer fugir-me para te ir procurar. Fiquei tão prostrada de comoção que durante mais de três horas todos os meus sentidos me abandonaram: recusava uma vida que tenho de perder por ti, já que para ti a não posso guardar. Enfim, voltei, contra vontade, a ver a luz: agradava-me sentir que morria de amor, e, além do mais, era um alívio não voltar a ser posta em frente do meu coração despedaçado pela dor da tua ausência.


Depois deste acidente tenho padecido muito, mas como poderei deixar de sofrer enquanto não te vir? Suporto contudo o meu mal sem me queixar, porque me vem de ti. É então isto que me dás em troca de tanto amor? Mas não importa, estou resolvida a adorar-te toda a vida e a não ver seja quem for, e asseguro-te que seria melhor para ti não amares mais ninguém. Poderias contentar te com uma paixão menos ardente que a minha? Talvez encontrasses mais beleza (houve um tempo, no entanto, em que me dizias que eu era muito bonita), mas não encontrarias nunca tanto amor, e tudo o mais não é nada.

Não enchas as tuas cartas de coisas inúteis, nem me voltes a pedir que me lembre de ti. Eu não te posso esquecer, e não esqueço também a esperança que me deste de vires passar algum tempo comigo. Ai!, porque não queres passar a vida inteira ao pé de mim? Se me fosse possível sair deste malfadado convento, não esperaria em Portugal pelo cumprimento da tua promessa: iria eu, sem guardar nenhuma conveniência, procurar-te, e seguir te, e amar-te em toda a parte. Não me atrevo a acreditar que isso possa acontecer; tal esperança por certo me daria algum consolo, mas não quero alimentá-la, pois só à minha dor me devo entregar. Porém, quando meu irmão me permitiu que te escrevesse, confesso que surpreendi em mim um alvoroço de alegria, que suspendeu por momentos o desespero em que vivo. Suplico-te que me digas porque teimaste em me desvairar assim, sabendo, como sabias, que terminavas por me abandonar? Porque te empenhaste tanto em me desgraçar? Porque não me deixaste em sossego no meu convento? Em que é que te ofendi? Mas perdoa-me; não te culpo de nada. Não me encontro em estado de pensar em vingança, e acuso somente o rigor do meu destino. Ao separar-nos, julgo que nos fez o mais temível dos males, embora não possa afastar o meu coração do teu; o amor, bem mais forte, uniu-os para toda a vida. E tu, se tens algum interesse por mim, escreve-me amiúde. Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração e da tua vida; e sobretudo vem ver-me.

Adeus. Não posso separar-me deste papel que irá ter às tuas mãos. Quem me dera a mesma sorte! Ai, que loucura a minha! Sei bem que isso não é possível! Adeus; não posso mais. Adeus. Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda.





SEGUNDA





Creio que faço ao meu coração a maior das afrontas aos procurar dar-te conta, por escrito, dos meus sentimentos. Seria tão feliz se os pudesse avaliar pela violência dos teus! Mas não posso confiar em ti, nem posso deixar de te dizer, embora sem a força com que o sinto, que não devias maltratar-me assim, com um esquecimento que me desvaira e chega a ser uma vergonha para ti. É justo que suportes, ao menos, as queixas de desgraças que previ ao ver-te decidido a deixar-me. Reconheço que me enganei, ao pensar que procederias com mais lealdade dos que é costume: o excessos do meu amor parece que devia pôr-me acima de quaisquer suspeitas e merecer uma fidelidade que não é vulgar encontrar-se. Mas a tua disposição para me atraiçoar triunfou, afinal, sobre a justiça que devias a tudo quanto fiz por ti. Não deixaria de ser infeliz se soubesse que só ao meu amor ganharas amor, pois tudo quisera dever unicamente à tua inclinação por mim; mas estou tão longe de tal estado que já lá vão seis meses sem receber uma única carta tua. Só à cegueira com que me abandonei a ti posso atribuir tanta desgraça: não tinha obrigação de prever que as minhas alegrias acabariam antes do meu amor? Como poderia esperar que ficasses para sempre em Portugal, renunciasses à tua carreira e ao teu país para não pensares senão em mim? Nenhum alívio há para o meu mal, e se me lembro das minhas alegrias maior é ainda o meu desespero. Terá sido então inútil todo o meu desejo, e não voltarei a ver-te no meu quarto com o ardor e arrebatamento que me mostravas? Ai, que ilusão a minha! Demasiado sei eu que todas as emoções, que em mim se apoderavam da cabeça e do coração, eram em ti despertadas unicamente por certos prazeres e, comos eles, depressa se extinguiam. Precisava, nesses deliciosos instantes, chamar a razão em meu auxílio para moderar o funesto excesso da minha felicidade e me levar a pressentir tudo quanto sofro presentemente. Mas de tal modo me entregava a ti, que era impossível pensar no que pudesse vir envenenar a minha alegria e impedir de me abandonar inteiramente às provas ardentes da tua paixão. Ao teu lado era demasiado feliz para poder imaginar que um dia te encontrarias longe de mim. E, contudo, lembro-me de te haver dito algumas vezes que farias de mim uma desgraçada; mas tais temores depressa se desvaneciam, e com alegria tos sacrificava para me entregar ao encanto, e à falsidade!, dos teus juramentos. Sei bem qual é o remédio para o meu mal, e depressa me livraria dele se deixasse de te amar. Ai, mas que remédio... Não; prefiro sofrer ainda mais do que esquecer-te. E depende isso de mim? Não posso censurar-me ter desejado um só instante deixar de te querer. És tu mais digno de piedade do que eu, pois vale mais sofrer corno sofro do que ter os fáceis prazeres que te hão-de dar em França as tuas amantes. Em nada invejo a tua indiferença: fazes-me pena. Desafio-te a que me esqueças completamente. Orgulho-me de te haver posto em estado de já não teres, sem mim, senão prazeres imperfeitos; e sou mais feliz que tu, porque tenho mais em que me ocupar.

Nomearam-me há pouco tempo porteira deste convento. Todos os que falam comigo crêem que estou doida, não sei que lhes respondo, e é preciso que as freiras sejam tão insensatas como eu para me julgarem capaz seja do que for. Ah, como eu invejo a sorte do Manuel e do Francisco! Porque não estou eu sempre ao pé de ti, como eles? Teria ido contigo e servir-te-ia certamente com mais dedicação.

Nada desejo no mundo senão ver-te. Lembra-te ao menos de mim. Bastar-me-ia que me lembrasses, mas eu nem disso tenho a certeza. Quando te via todos os dias não cingia as minhas esperanças à tua lembrança mas tens-me ensinado a submeter-me a tudo quanto te apetece.

Apesar disso, não estou arrependida de te haver adorado. Ainda bem que me seduziste. A crueldade da tua ausência, talvez eterna, em nada diminuiu a exaltação do meu amor Quero que toda a gente o saiba, não faço disso nenhum segredo; estou encantada por ter feito tudo quanto fiz por ti, contra toda a espécie de conveniências. E já que comecei, a minha honra e a minha religião hão-de consistir só em amar-te perdidamente toda a vida.

Não te digo estas coisas para te obrigar a escrever-me. Ah, nada faças contrafeito! De ti só quero o que te vier do coração, e recuso todas as provas de amor que tu próprio te possas dispensar. Com prazer te desculparei, se te for agradável não te dares ao trabalho de me escrever; sinto uma profunda disposição para te perdoar seja o que for.

Um oficial francês, caridosamente, falou-me de ti esta manhã durante mais de três horas. Disse-me que em França fora feita a paz. Se assim é, não poderias vir ver-me e levar-me para França contigo? Mas não o mereço. Faz o que quiseres: o meu amor já não depende da maneira como tu me tratares.

Desde que partiste nunca mais tive saúde, e todo o meu prazer consiste em repetir o teu nome mil vezes ao dia. Algumas freiras, que conhecem o estado deplorável a que me reduziste, falam-me de ti com frequência. Saio o menos possível deste quarto onde vieste tanta vez, e passo o tempo a olhar o teu retrato, que amo mil vezes mais que à minha vida. Sinto prazer em olhá-lo, mas também me faz sofrer, sobretudo quando penso que talvez nunca mais te veja. Por que fatalidade não hei-de voltar a ver-te? Ter-me-ás deixado para sempre? Estou desesperada, a tua pobre Mariana já não pode mais: desfalece ao terminar esta carta. Adeus, adeus, tem pena de mim!





TERCEIRA





Que há-de ser de mim? Que queres tu que eu faça? Estou tão longe de tudo quanto imaginei! Esperava que me escrevesses de toda a parte por onde passasses e que as tuas cartas fossem longas; que alimentasses a minha paixão com a esperança de voltar a ver-te; que uma inteira confiança na tua fidelidade me desse algum sossego, e ficasse, apesar de tudo, num estado suportável, sem excessivo sofrimento. Tinha até formado uns vagos projectos de fazer todos os esforços que pudesse para me curar, se tivesse a certeza de me haveres esquecido por completo. A tua ausência, alguns impulsos de devoção, o receio de arruinar inteiramente o que me resta de saúde com tanta vigília e tanta aflição, as poucas possibilidades do teu regresso, a frieza dos teus sentimentos e da tua despedida, a tua partida justificada com falsos pretextos, e tantas outras razões, tão boas como inúteis, prometiam ser-me ajuda suficiente, se viesse a precisar dela. Não sendo, afinal, senão eu própria o meu inimigo, não podia suspeitar de toda a minha fraqueza, nem prever todo o sofrimento de agora.

Ai, como sou digna de piedade por não partilhar contigo as minhas mágoas, e ser só minha a desventura! Esta ideia mata-me, e morro de terror ao) pensar que nunca te houvesses entregado completamente aos nossos prazeres. Sim, reconheço agora a falsidade do teu arrebatamento. Enganaste-me sempre que falaste do encantamento que sentias quando eslavas a sós comigo. Unicamente à minha insistência devo os teus cuidados e a tua ternura. Intentaste desvairar-me a sangue-frio; nunca olhaste a minha paixão senão como um troféu, o teu coração não foi verdadeiramente atingido por ela. Serás tão infeliz, e terás tão pouca delicadeza, que só para isso te servisse o meu ardor? E como é possível que, com tanto amor, não te houvesse feito inteiramente feliz? Tenho pena, por amor de ti apenas, dos infinitos prazeres que perdeste. Será possível que não te tenham interessado? Ah, se os conhecesses, perceberias, sem dúvida, que são mais delicados do que o de me haveres seduzido, e terias compreendido que é bem mais comovente, e bem melhor, amar violentamente que ser amado.

Não sei o que sou, nem o que faço, nem o que quero; estou despedaçada por mil sentimentos contrários. Pode imaginar-se estado mais deplorável? Amo-te de tal maneira que nem ouso sequer desejar que venhas a ser perturbado por igual arrebatamento. Matar-me-ia ou, se o não fizesse, morreria desesperada, se viesse a ter a certeza que nunca mais tinhas descanso, que tudo te era odioso, e a tua vida não era mais que perturbação, desespero e pranto. Se não consigo já suportar o meu próprio mal, como poderia ainda com o teu, a que sou mil vezes mais sensível? Contudo, não me resolvo a desejar que não penses em mim; e confesso ter ciúmes terríveis de tudo o que em França te dá gosto e alegria, e impressiona o teu coração.

Não sei porque te escrevo: terás, quando muito, piedade de mim, e eu não quero a tua piedade. Contra mim própria me indigno, quando penso em tudo o que te sacrifiquei: perdi a reputação, expus-me à cólera de minha família, expus-me à cólera de minha família, a severidade das leis deste país para com as freiras, e à tua ingratidão, que me parece o maior de todos os males. Apesar disso, creio que os meus remorsos não são verdadeiros; do fundo do meu coração queria ter corrido ainda perigos maiores pelo teu amor, e sinto um prazer fatal por ter arriscado a vida e a honra por ti. Não deveria oferecer-te o que tenho de mais precioso? E não devo sentir-me satisfeita por ter feito o que fiz? O que me não satisfaz, pelo menos assim me parece, é o sofrimento e o desvario deste amor, embora não possa, pobre de mim!, iludir-me a ponto de estar contente contigo. Vivo - que infidelidade! - e faço tanto por conservar a vida como por perdê-la! Morro de vergonha! Então o meu desespero está só nas minhas cartas? Se te amasse tanto como já mil vezes te disse, não teria morrido há muito tempo? Enganei-te, és tu que deves queixar-te de mim. Ah, porque não te queixas? Vi-te partir, não tenho esperança de te ver regressar e no entanto respiro. Atraiçoei-te; peço-te perdão. Mas não, não me perdoes! Trata—me com dureza. Que a violência dos meus sentimentos te não baste! Sê mais exigente!

Ordena-me que morra de amor por ti! Suplico-te que me ajudes a vencer a fraqueza própria de uma mulher, e que toda a minha indecisão acabe em puro desespero. Um fim trágico obrigar-te-ia, sem dúvida, a pensar mais em mim; talvez fosses sensível a uma morte extraordinária, e a minha memória seria amada. Não é isso preferível ao estado a que me reduziste?

Adeus. Era melhor nunca te ter visto. Ah, sinto até ao fundo a mentira deste pensamento e reconheço, no momento em que escrevo, que prefiro ser desgraçada amando-te do que nunca te haver conhecido. Aceito, assim, sem uma queixa, a minha má fortuna, pois não a quiseste tornar melhor. Adeus: promete-me que terás saudades minhas se vier a morrer de tristeza; e oxalá o desvario desta paixão consiga afastar-te de tudo. Tal consolação me bastará, e se é forçoso abandonar-te para sempre, queria ao menos não te deixar a nenhuma outra. E serias tão cruel que te servisses do meu desespero para te tornares mais sedutor, e te gabares de ter despertado a maior paixão do mundo? Adeus, mais urna vez. Escrevo-te cartas tão longas! Não tenho cuidado contigo! Peço-te que me perdoes, e espero que terás ainda alguma indulgência com uma pobre insensata, que o não era, como sabes, antes de te amar. Adeus; parece-me que te falo de mais do estado insuportável em que me encontro; mas agradeço-te, com toda a minha alma, o desespero que me causas, e odeio a tranquilidade em que vivi antes de te conhecer Adeus. O meu amor aumenta a cada momento. Ah, quanto me fica ainda por dizer..





QUARTA






O teu tenente acaba de me contar que um temporal te obrigou a arribar ao Reino do Algarve. Receio que tenhas sofrido muito no mar, e este temor de tal modo se apoderou de mim, que nem tenho pensado nas minhas mágoas. Estás convencido que o teu tenente se preocupa mais com o que te acontece do que eu? Porque está então mais bem informado e, enfim, porque não me tens escrito?

Bem desgraçada sou, se depois da tua partida ainda não tiveste ocasião de o fazer; e mais ainda, se a tiveste e não me escreveste. Não sei de maior ingratidão e injustiça; mas ficaria aflitíssima se, por causa disso, te viesse a acontecer qualquer desgraça, pois prefiro não ser vingada a que sejas punido. Resisto a tudo o que parece mostrar-me que já me não amas, e com mais facilidade me entrego cegamente à minha paixão do que às razões que tenho para lamentar o teu abandono.

Quanta inquietação me terias poupado se, quando nos conhecemos, o teu procedimento fosse tão descuidado como o é agora! Mas quem, como eu, se não deixaria enganar por tantos cuidados , e a quem não pareceriam verdadeiros? Que difícil resolvermo-nos a duvidar da lealdade de quem amamos! Sei muito bem que te serves de qualquer desculpa, mas, mesmo sem pensares em dar-ma, o meu amor é tão fiel que só consente em culpar-te para ser maior o prazer em te justificar.

Atormentaste-me com a tua insistência, transtornaste-me com o teu ardor, encantaste-me com a tua delicadeza, confiei nas tuas juras, seduziu-me a minha inclinação violenta, e o que se seguiu a tão agradável e feliz começo não são mais que suspiros, lágrimas e uma tristíssima morte que julgo sem remédio. E certo que tive, ao amar-te, alegrias surpreendentes, mas custam-me agora os maiores tormentos: são extremas todas as emoções que me causas. Se tivesse resistido com afinco ao teu amor, se te houvesse dados motivos de desgosto ou de ciúme para mais te prender, se tivesses notado em mim qualquer intencional reserva, se, enfim, tivesse tentado opor (embora, sem duvida, fossem inúteis tais esforços) a razão à natural inclinação que tenho por ti, e que cedo me fizeste notar, poderias então punir-me severamente e servires-te do teu domínio sobre mim; porém antes de dizeres que me querias já eu te julgava digno de amor, manifestaste-me a tua paixão, fiquei deslumbrada, e abandonei-me a ti perdidamente.

Tu não estavas cego como eu, porque me deixaste então chegar ao estado a que cheguei? Que querias dum desvario que não podia senão importunar-te? Se sabias que não ficavas em Portugal, porque me escolheste a mim para tornares tão desgraçada? Terias, certamente encontrado neste país uma mulher mais bonita com quem tivesses os mesmos prazeres, pois só os de natureza grosseira procuravas; que te amasse fielmente enquanto aqui estivesses; que se resignasse, com o tempo, à tua ausência, e a quem poderias abandonar sem perfídia e crueldade. O teu procedimento é mais de um tirano empenhado em perseguir, que de um amante preocupado apenas em agradar. Ai!, porque tratas tão mal um coração que é teu?

Bem sei que é tão fácil para ti desprenderes-te de mim como para mim o foi prender-me a ti. Eu teria resistido a razões bem mais poderosas do que as que te levaram a partir, sem precisar de invocar o meu amor por ti, nem me passar pela cabeça que fazia fosse o que fosse de extraordinário: todas elas me pareceriam insignificantes e nunca nenhuma poderia arrancar-me de ao pé de ti. Mas tu quiseste aproveitar os pretextos que encontraste para regressar a França. Um navio partia - porque não o deixaste partir? Tua família havia-te escrito - não sabias quanto a minha me tem perseguido? Razões de honra levavam-te a abandonar-me - fiz eu algum caso da minha? Tinhas obrigação de servir o teu Rei - mas, se é verdade o que dizem dele, não necessitava dos teus serviços e ter-te-ia dispensado.

Que felicidade a minha, se tivéssemos passado a vida juntos! Mas, se era forçoso que uma cruel ausência nos separasse, creio que devo estar satisfeita por não ter sido infiel, e por nada do mundo quereria ter cometido acção tão indigna. Como pudeste, conhecendo o meu coração e a minha ternura até ao fundo, decidir-te a deixar-me para sempre, e a expor-me ao tormento de que só venhas a lembrar te de mim quando me sacrificas a nova paixão?

Bem sei que te amo perdidamente; no entanto, não lamento a violência dos impulsos do meu coração; habituei-me à sua tirania, e já não poderia viver sem este prazer que vou descobrindo: amar-te entre tanta mágoa. O que me desgosta e atormenta é o ódio e a aversão que ganhei a tudo. A família, os amigos e este convento são-me insuportáveis. Tudo o que seja obrigada a ver, tudo o que inadiavelmente tenha de fazer, me é odioso. Tão ciosa sou da minha paixão que julgo dizerem-te respeito todas as minhas acções e todas as minhas obrigações. Sim, tenho escrúpulo de não serem para ti todos os momentos da minha vida. Ai!, que seria de mim sem tanto ódio e tanto amor a encher-me o coração? Conseguiria eu sobreviver ao que obsessivamente me preocupa para levar uma existência tranquila e sem cuidados? Tal vazio e tal insensibilidade não me convêm.

Toda a gente se apercebeu da completa mudança do meu carácter, dos meus modos, do meu ser. Minha mãe falou-me nisto, primeiro com azedume, depois com certa brandura. Nem sei que lhe respondi; parece-me que lhe confessei tudo. Até as freiras mais austeras têm dó do estado em que me encontro, que lhes merece alguma simpatia, e até cuidado. Todos se comovem com o meu amor, só tu ficas profundamente indiferente, escrevendo-me apenas frias cartas, cheias de repetições, metade do papel em branco, dando grosseiramente a entender que estavas morto por acabá-las.

Dona Brites insistiu, nestes últimos dias, para que saísse do meu quarto; julgando distrair-me, levou-me a passear até ao balcão de onde se avista Mértola. Segui-a, mas fui logo ferida por tão atroz lembrança que passei o resto do dia lavada em lágrimas. Trouxe-me outra vez para o meu quarto, atirei-me para cima da cama, e ali fiquei a reflectir na pouca esperança que tenho de vir um dia a curar me. Tudo o que fazem para me confortar agrava o meu sofrimento, e nos próprios remédios encontro novas razões de aflição. Muitas vezes dali te vi passar com um ar que me deslumbrava; estava naquele balcão no dia fatal em que senti os primeiros sinais da minha desgraçada paixão. Pareceu-me que pretendias agradar-me, embora não me conhecesses; convenci-me de que me havias distinguido entre todas aquelas que estavam comigo; quando paravas imaginava que o fazias intencionalmente para que melhor te visse, e admirasse o garbo e a destreza com que dominavas o cavalo; dava comigo assustada, quando o levavas por sítios perigosos; enfim, interessava-me secretamente por todas as tuas acções, sentia já que não eras de modo nenhum indiferente, e reclamava para mim tudo quanto fazias. Conheces de sobra o que se seguiu a tal começo; e, embora não tenha obrigação de te poupar, não devo falar-te nisso, com receio de te tornar ainda mais culpado, se possível, do que já és, e ter de me acusar por tantos e inúteis esforços que te obrigassem a ser-me fiel. Nunca o serás! Se não conseguir vencer a tua ingratidão à força de amor e renúncia, como haveria de consegui-lo com cartas e queixumes?

Estou mais que convencida do meu infortúnio; a injustiça do teu procedimento não me deixa a menor dúvida, e tudo devo recear, já que me abandonaste.

Serei só eu a sentir o teu encanto? Nenhuns outros olhos darão por ele? Creio que me não seria desagradável se, de algum modo, os sentimentos de outras justificassem os meus, e gostaria que todas as mulheres de França te achassem encantador, mas que nenhuma te amasse e nenhuma te agradasse. Este desejo é inconcebível e ridículo; sei por experiência que és incapaz de fidelidade e não precisas de ajuda para me esqueceres, nem a isso seres levado por nova paixão. Desejaria eu que tivesses um motivo razoável? Seria mais desgraçada, é certo, mas não serias tão culpado.

Vejo que ficarás em França sem grande prazer, e com inteira liberdade. Será a fadiga de tão longa viagem, qualquer pequena conveniência, ou o receio de não corresponderes à minha exaltação que aí te retêm? De mim, nada receies! Bastar-me-ia ver-te de vez em quando e saber apenas que estávamos no mesmo lugar. E talvez me iluda; sei lá se não serás mais sensível à crueldade e à frieza de outra mulher do que foste à minha generosidade. Será possível que gostes de quem te faça mal? Mas antes de te enleares numa grande paixão, reflecte bem no horror do meu sofrimento, na incerteza dos meus planos, na contradição dos meus impulsos, na extravagância das minhas cartas, na minha confiança, e aflição, e desejos, e ciúmes. Ah, serás um desgraçado! Suplico-te que tires ao menos proveito do estado em que me encontro, e que assim o meu sofrimento não seja inútil.

Haverá cinco ou seis meses, fizeste-me uma confidência bem desagradável: confessaste-me, com a maior franqueza, teres amado uma mulher na tua terra; se é ela que te impede de regressar, manda-mo dizer sem rodeios, para que eu deixe de me consumir. Um resto de esperança tem-me ainda de pé, mas, se a não puder sustentar, prefiro perdê-la por completo e perder-me também. Envia-me o retrato dela e alguma das suas cartas e conta-me tudo quanto te diz. Talvez encontre nisso razões para me consolar, ou afligir ainda mais. Neste estado é que não posso permanecer, e qualquer mudança me será favorável. Gostaria também de ter o retrato do teu irmão e da tua cunhada. Tudo o que te diz respeito me enternece, a minha dedicação ao que te pertence é completa; só o que a mim se refere não me preocupa. Às vezes parece-me que até me sujeitaria a servir aquela que amas. O tormento que me causas e o teu desprezo abalaram-me de tal modo, que nem sequer ouso pensar que pudesse vir a ter ciúmes de ti, com receio de te desagradar; e creio ter feito o pior que podia fazer ao atrever-me a censurar-te. Também estou convencida de que não devia impor-te desvairadamente como faço, por vezes, um sentimento que não aprovas.

Há já muito tempo que um oficial espera esta carta. Tencionava escrevê-la de forma a não te aborrecer, mas é tão incoerente que será melhor acabá-la. Ai, não está em mim poder fazê-lo! Quando te escrevo é como se falasse contigo e estivesses, de algum modo, mais perto de mim. A próxima não será tão longa nem tão importuna; podes abri-la e lê-la, confiado na minha promessa. Na verdade não devo falar-te de uma paixão que te desagrada, e não voltarei a falar nela.

Vai fazer um ano, faltam só alguns dias, que me entreguei inteiramente a ti. A tua paixão parecia-me tão sincera e ardente, que não poderia imaginar sequer que a minha te viesse a aborrecer, a ponto de te obrigar a fazer quinhentas léguas, e a expores-te a naufrágios, para te afastares de mim. Não esperava ser tratada assim por ninguém: devias lembrar-te do meu pudor, da minha confusão, da minha vergonha, mas tu não te lembras de nada que possa levar-te contra vontade a amar-me.

O oficial que há-de levar esta carta previne-me, pela quarta vez, que quer partir. Como ele tem pressa! Abandona, com certeza, alguma desgraçada neste pais. Adeus. Custa-me mais acabar esta carta d que te custou a ti deixa-me, talvez para sempre. Adeus. Não me atrevo sequer a chamar-te meu amor, nem a abandonar-me completamente a tudo o que sinto. Quero-te mil vezes mais que à minha vida e mil vezes mais do que imagino. Ah, corno eu te amo, e como tu és cruel! Nunca me escreves; não consigo) deixar de te dizer ainda isto. Recomeço, e oficial partirá. Se partir, que importa? Escrevo mais para mim do que para ti; não procuro senão alívio. O tamanho desta carta vai assustar-te: não a lerás. Que fiz eu para ser tão desgraçada? Porque envenenaste a minha vida? Porque não nasci noutro país? Adeus. Perdoa-me. Já não ouso pedir-te que me queiras. Vê ao que me reduziu o meu destino. Adeus.





QUINTA





Escrevo-lhe pela última vez e espero fazer-lhe sentir, na diferença de termos e modos desta carta, que finalmente acabou por me convencer de que já me não ama e que devo, portanto, deixar de o amar.

Mandar-lhe-ei, pelo primeiro meio, o que me resta ainda de si. Não receie que lhe volte a escrever, pois nem sequer porei o seu nome na encomenda. De tudo isso encarreguei D. Brites, que eu habituara a confidências bem diferentes. Os seus cuidados não me serão tão suspeitos quanto os meus. Ela tomará as precauções necessárias para que eu fique com a certeza de que recebeu o retrato e as pulseiras que me deu. Quero porém dizer-lhe que me encontro, há já alguns dias, na disposição de me desfazer e queimar essas lembranças do seu amor, que tão preciosas me foram. Mas tanta franqueza lhe tenho mostrado que nunca acreditaria que eu fosse capaz de chegar a tal extremo. Quero sentir até ao fim a pena que tenho em separar-me delas e causar-lhe ao menos algum despeito.

Confesso-lhe, para vergonha minha e sua, que me encontrei mais presa do que quero dizer-lhe a estas futilidades, e senti outra vez necessidade de toda a minha reflexão para me separar de cada uma em particular, e isto quando já me gabava de me ter desprendido de si. Mas, com tantos motivos, consegue-se sempre o que se deseja. Pus tudo nas mãos de D. Brites. Quantas lágrimas me não custou esta resolução! Depois de mil impulsos e mil hesitações, que nem pode imaginar, e de que certamente não lhe darei conta, roguei-lhe para me não voltar a falar nelas, nem mas restituir ainda que lhas pedisse só para as ver uma vez mais e, por fim, remeter-lhas sem me prevenir.

Não conheci o desvario do meu amor senão quando me esforcei de todas as maneiras para me curar dele, e receio que nem ousasse tentá-lo se pudesse prever tanta dificuldade e tanta violência. Creio que me teria sido menos doloroso continuar a amá-lo, apesar da sua ingratidão, do que deixá-lo para sempre. Descobri que lhe queria menos do que à minha paixão, e sofri penosamente em combatê-la, depois que o seu indigno procedimento me tornou odioso todo o seu ser. O orgulho tão próprio das mulheres não me ajudou a tomar qualquer decisão contra si. Ai, suportei o seu desprezo, e teria suportado o ódio e o ciúme que me provocasse a sua inclinação por outra! Ao menos, teria qualquer paixão a combater. Mas a sua indiferença é intolerável. Os impertinentes protestos de amizade e a ridícula correcção da sua última carta provaram-me ter recebido todas as que lhe escrevi e que, apesar de as ter lido, não perturbaram o seu coração. Ingrato! E a minha loucura é tanta ainda, que desespero por já não poder iludir-me com a ideia de não chegarem aí, ou de não lhe terem sido entregues.

Detesto a sua franqueza. Pedi-lhe eu para me dizer pura e simplesmente a verdade? Porque me não deixou com a minha paixão? Bastava não me ter escrito: eu não procurava ser esclarecida. Não me chegava a desgraça de não ter conseguido de si o cuidado de me iludir? Era preciso não lhe poder perdoar? Saiba que acabei por ver quanto é indigno dos meus sentimentos; conheço agora todas as suas detestáveis qualidades. Mas, se tudo quanto fiz por si pode merecer-lhe qualquer pequena atenção para algum favor que lhe peça, suplico-lhe que não me escreva mais e me ajude a esquecê-lo completamente. Se me mostrasse, ao de leve que fosse, ter sentido algum desgosto ao ler esta carta, talvez eu acreditasse; talvez a sua confissão e o seu arrependimento me enchessem de cólera e de despeito; e tudo isso poderia de novo incendiar-me.

Não se meta pois no meu caminho; destruiria, sem dúvida, todos os meus projectos, fosse qual fosse a maneira por que se intrometesse. Não me interessa saber o resultado desta carta; não perturbe o estado para que me estou preparando. Parece-me que pode estar satisfeito com o mal que me causa, qualquer que fosse a sua intenção de me desgraçar. Não me tire desta incerteza; com o tempo espero fazer dela qualquer coisa parecida com a tranquilidade. Prometo-lhe não o ficar a odiar: por de mais desconfio de sentimentos de sentimentos exaltados para me permitir intentá-lo.

Estou convencida de que talvez encontrasse aqui um amante melhor e mais fiel; mas ai!, quem me poderá ter amor? Conseguirá a paixão de outro homem absorver-me? Que poder teve a minha sobre si? Não sei eu por experiência que um coração enternecido nunca mais esquece quem lhe revelou prazeres que não conhecia, e de que era susceptível?, que todos os seus impulsos estão ligados ao ídolo que criou? que os seus primeiros pensamentos e primeiras feridas não podem curar-se nem apagar-se?, que todas as paixões que se oferecem como auxílio, e se esforçam por o encher e apaziguar, lhe prometem em vão um sentimento que não voltará a encontrar? , que todas as distracções que procura, sem nenhuma vontade de as encontrar, apenas servem para o convencer que nada ama tanto como a lembrança do seu sofrimento? Porque me deu a conhecer a imperfeição e o desencanto de uma afeição que não deve durar eternamente, e a amargura que acompanha um amor violento, quando não é correspondido? E por que razão, uma cega inclinação e um cruel destino, persistem quase sempre em prender-nos àqueles que só a outros são sensíveis?

Mesmo que esperasse distrair-me com nova afeição, e deparasse com alguém capaz de lealdade, é tal a pena que sinto por mim que teria muitos escrúpulos em arrastar o último dos homens ao estado a que me reduziu. E embora me não mereça já nenhum respeito, não poderia decidir-me a tão cruel vingança, mesmo se, por uma mudança que não vislumbro, isso viesse a depender de mim.

Procuro neste momento desculpá-lo, e sei bem que uma freira raramente inspira amor; no entanto parece-me que, se a razão fosse usada na escolha, deveriam preferir-se às outras mulheres: nada as impede de pensar constantemente na sua paixão, nem são desviadas por mil coisas com que as outras se distraem e ocupam. Creio que não deve ser muito agradável ver aquelas a quem amamos sempre distraídas com futilidades; e é preciso ter bem pouca delicadeza para suportar, sem desespero, ouvi-las só falar de reuniões, atavios e passeios. Continuamente se está exposto a novos ciúmes, pois elas são obrigadas a certas atenções, certas condescendências, certas conversas. Quem pode garantir que em tais ocasiões se não divirtam, e que suportem os maridos somente com extremo desgosto, e sem qualquer aprovação? Como elas devem desconfiar de um amante que lhes não peça contas rigorosas de tudo isso, que acredite facilmente e sem inquietação no que lhe dizem, e as veja, confiante e tranquilo, sujeitas a todas essas obrigações!

Mas não pretendo provar-lhe com boas razões que me devia amar. Fracos meios seriam estes, e eu outros usei bem melhores sem nenhum resultado. Conheço de sobra o meu destino para tentar mudá-lo. Hei-de ser toda a vida uma desgraçada! Não o era já quando o via todos os dias? Morria de medo que me não fosse fiel; queria vê-lo a cada momento e isso não era possível; inquietava-me com o perigo que corria ao entrar neste convento; não vivia quando estava em campanha; desesperava-me por não ser mais bonita e mais digna de si; lamentava a mediocridade da minha condição; pensava nos prejuízos que lhe podia acarretar a afeição que parecia ter por mim; imaginava que não o amava bastante; receava, por si, a cólera de minha família; enfim, encontrava-me num estado tão lamentável como aquele em que estou agora.

Se me tivesse dado alguma prova de amor, depois de ter saído de Portugal, teria feito todos os esforços para sair daqui; ter-me-ia disfarçado para ir ter consigo. Ai, que teria sido de mim se não se importasse comigo, depois de estar em França? Que horror! Que loucura! Que vergonha tão grande para a minha família, a quem quero tanto, depois que deixei de o amar!

A sangue-frio, como vê, reconheço que podia ainda ser mais digna de piedade do que sou. Ao menos uma vez na vida falo lhe ponderadamente. Quanto lhe agradará a minha moderação, e como ficará satisfeito comigo! Mas não quero sabê-lo! Já lhe pedi, e volto a suplicar-lho para não me escrever mais.

Nunca reflectiu na maneira como me tem tratado? Nunca pensou que me deve mais obrigações do que a qualquer outra pessoa? Amei-o como uma louca, tudo desprezei! O seu procedimento não é de um homem de bem. É preciso que tivesse por mim uma aversão natural para me não ter amado apaixonadamente. Deixei-me fascinar por qualidades bem medíocres. Que fez para me agradar? Que sacrifícios fez por mim? Não procurou tantos outros prazeres? Renunciou ao jogo e à caça? Não foi o primeiro a partir para campanha? Não foi o último a regressar? Expôs-se loucamente, apesar de tanto lhe haver pedido que se poupasse por amor de mim. Nunca procurou um meio de se fixar em Portugal, onde era estimado. Uma carta de seu irmão bastou para o fazer abalar, sem a menor hesitação. E não vim eu saber que, durante a viagem, a sua disposição era a melhor do mundo?

Forçoso me é confessar que tenho razões para o odiar mortalmente. Ah, eu própria atraí sobre mim tanta desgraça! Acostumei-o desde início, ingenuamente, a uma grande paixão, e é necessário algum artifício para nos fazermos amar. Devem procurar-se com habilidade os meios de agradar: o amor por si só não suscita amor. Como pretendia que eu o amasse, e como havia formado tal desígnio, não houve nada que não tivesse feito para o atingir; ter-se-ia decidido mesmo a amar-me, se tal fosse preciso. Mas percebeu que o amor não era necessário para o êxito do seu empreendimento, nem dele precisava para nada. Que perfídia! Pensa poder enganar-me impunemente? Se por acaso voltar a este país, declaro-lhe que o entregarei à vingança da minha família.

Muito tempo vivi num abandono e numa idolatria que me horrorizam, e o remorso persegue-me com uma crueldade insuportável. Sinto uma vergonha enorme dos crimes que me levou a cometer; já não tenho pobre de mim!, a paixão que me impedia de conhecer-lhes a monstruosidade. Quando deixará o meu coração de ser dilacerado? Quando é que me livrarei desta cruel perturbação? Apesar de tudo, creio que não lhe desejo nenhum mal, e talvez me não importasse que fosse feliz. Mas como poderá sê-lo, se tiver coração?

Quero escrever-lhe ainda outra carta para lhe mostrar que daqui a algum tempo, talvez já tenha mais serenidade. Com que satisfação lhe censurarei então o seu injusto procedimento, quando este já não me importunar; lhe farei sentir que o desprezo; que falo da sua traição com a maior indiferença; que esqueci alegrias e penas; e só me lembro de si quando me quero lembrar!

Concordo que tem sobre mim muitas vantagens, e que me inspirou uma paixão que me fez perder a razão; mas não deve envaidecer-se com isso. Eu era nova, ingénua; haviam-me encerrado neste convento desde pequena; não tinha visto senão gente desagradável; nunca ouvira as belas coisas que constantemente me dizia; parecia-me que só a si devia o encanto e a beleza que descobrira em mim, e na qual me fez reparar; só ouvia dizer bem de si; toda a gente me dispunha a seu favor; e ainda fazia tudo para despertar o meu amor… Mas, por fim, livrei-me do encantamento. Grande foi a ajuda que me deu, e de que tinha, confesso, extrema necessidade.

Ao devolver-lhe as suas cartas, guardarei, cuidadosamente, as duas últimas que me escreveu ; hei-de lê-las ainda mais do que li as primeiras, para não voltar a cair nas minhas fraquezas. Ah, quanto me custam e como teria sido feliz se tivesse consentido que o amasse sempre! Reconheço que me preocupo ainda muito com as minhas queixas e a sua infidelidade, mas lembre-se que a mim própria prometi um estado mais tranquilo, que espero atingir, eu então tomarei uma resolução extrema, que virá a conhecer sem grande desgosto. De si nada mais quero. Sou uma doida, passo o tempo a dizer a mesma coisa. É preciso deixá-lo e não pensar mais em si. Creio mesmo que não voltarei a escrever-lhe. Que obrigação tenho eu de lhe dar conta de todos os meus sentimentos?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

De corpo e alma

(Antes de leres, liga a música)



Odeio o facto de teres entrado na minha vida, ainda mais odeio o descuido de te deixar permanecer nela.
Fujo do facto que te escondes à beira da minha linha, e de a abanares enquanto me fazes andar as voltas, onde consegues que simplesmente perca o equilibrio, apenas com o teu balanço.
Odeio a cara com que me olhas sempre que quero passar por invisivel. Tenho o corpo, a alma e o coração quentes do inferno em que me deixas-te.
Doiem-me as forças, doi-me a garra que me deixas-te escapar.
Odeio quando pensas ser alguém superior, mas no fundo és tanto ou tão culpada pelo que fazes, por o que ves, por aquilo que dizes, e por o que me fazes sentir.
Dói quando quero o teu abraço e recebo um silêncio frio, uma melodia amarga.
Odeio a flor branca que deixas-te a minha porta, que com a chuva dos meus olhos e a saudade da tua passagem secou, ficou negra, e o vento espalhou a suas pétalas por aquele jardim onde passeamos a última vez.
Não aguento respirar o mesmo ar que tu, pisar o mesmo chão que pisamos, ouvir a música que te cantei.
E acima de tudo odeio-te por a visão que fazes que eu seja, por a visão que fazes do que fomos, e por a intriga que nos obrigas a passar hoje.
Respeita o olhar que escondo, o cabelo que me tapa a cara, e a palavra que me sai da boca, respeita essas últimas que a guitarra ainda irá ouvir, que o teu coração vai abrir, e que a minha boca, vai dizer a sorrir.
Ouvi dizer que um olhar vale mais do que mil palavras, o teu passa por mais de mil guerras. O tempo parava quando chegavas, agora é como carregar no comando a passar aquele momento.
O teu sorriso brilhava como aquela luz de sintinela lá em cima, agora o meu brilha como aqueles planetas que ves, e não lembras que foram teus.

Corção de papelão

Recortei a luz da lua
E colei num papelao
Escrevi teu nome na rua
E fiz-te um coracao

Encontrei-te na rua
Nem me deste atencao
Eu nao sei qual e' a tua
Coracao de papelao

E entao chorei
E ate pensei
Amor assim para que?

Meu bem nao sei
Fingir que nem chorei
Sempre quis namorar com voce

Se essa rua fosse minha
Eu mandava ladrilhar
Com o brilho dos teus olhos
So pra o meu amor passar

Se essa rua fosse minha
Eu mandava ladrilhar
Com o brilho dos teus olhos
So pra o meu amor passar
So para o meu amor passar
...

Much, much better

Tenho tudo o que quero sem precisar de te pedir por isso.
Faço por as coisas, não espero apenas por elas, aprende. Agora é muito melhor que aquilo que me fazias ver.

domingo, 4 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Se eu disser

Se eu disser que dura sempre
A vontade de a ter
Os meus olhos vão em frente
Ao azul dessa mulher

Se eu disser que é proibido
Enfrentar o meu destino
Ai se eu disser,
que ando louco... e não é pouco
Só por causa do amor dessa mulher

Se eu disser que dura sempre
A vontade de um olhar
Nasceu tudo tão de repente
Na cidade junto ao mar

Se eu disser...
que nunca me senti assim
entre a espada e a parede
nas alturas da paixão já não há rede
e eu ando louco

[André Sardet]

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sweet 16

were we go.

domingo, 20 de setembro de 2009

sábado, 19 de setembro de 2009

Next

No fundo acho que se não tivesse sido assim, agora não me tinhas dado esta segunda oportunidade sem que implurasse por isso.
"O futuro é a prova que o passado valeu a pena."

Love you till the end

I just want to see you
When you're all alone
I just want to catch you if I can
I just want to be there
When the morning light explodes
On your face it radiates
I can't escape
I love you till the end

I just want to tell you nothing
You don't want to hear
All I want is for you to say
Why don't you just take me
Where I've never been before
I know you want to hear me
Catch my breath
I love you till the end

I just want to be there
When we're caught in the rain
I just want to see you laugh not cry
I just want to feel you
When the night puts on its cloak
I'm lost for words dont tell me
Cause all I can say
I love you till the end

All I can say
I love you till the end

Cause all I can say
I love you till the end



P.S.: I love you




[Pogues]

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sentada na lua

O tempo passa
Tu deixa-o passar
O tempo é quente consola
O frio numa noite de luar

Esta noita noite ta' bela
É só ela, ela aquela, aquela
Gata com os seus olhos cor de canela

Eu nem sei se sou aquele que tu pretendes,
Será que é verdade ou será que tu me mentes
Quando dizes que ficas comigo para sempre
És mesmo sincera ou foi impulso do momento?

Tu passas por mim, confesso
Eu paraliso
Não sei se é do olhar
Não sei se é do sorriso

Por isso eu digo, e digo
Que tu mexes comigo
És única baby,
Tu trazes algo contigo,

Não sei se é magia ou alguma fantasia
Mas suavemente bela como esta melodia
E de dia para dia
Confias mais em mim,
Apesar de saberes que eu serei sempre assim

Gata, és tu quem eu quero,
Vem ter comigo eu tou' à tua espera
Sentada na lua, vem
Senta-te a meu lado
Fica aqui comigo nem que seja por um bocado

Vem comigo, nas rimas que eu componho
Porque o sonho comanda à vida e a vida comanda o sonho
Caguei pra essas bichas andam atrás de quem repa
De mim levam zero já sabes que levam trepa

E então não tenhas pressa, eu não vou na conversa
Pois não, não caiu nessa
Mas o tempo não regressa então,
Junta-te à festa paixão,
Com calma despe tensão
Suor na testa, mas o tempo não regressa

O amor chama e por mim ele passa
O ardor da chama já quer fazer fumaça
E isso é que mete graça
Acende lá essa
Sem pressa gira e começa a meter conversa

Eu nem quero saber, só quero ficar contigo
Aqui até o amanhecer
Um dia largamos tudo, e fugimos juntos
Hoje é o dia que partimos pra outro mundo

És bela, ela
jantamos à luz da vela
Olhamos pr'o céu és igual àquela estrela
Diferente das outras porque são todas iguais,
És única, a sério que morres-te jamais

Sentada na lua, na pura
És toda tua
Teu corpo reflecte minha alma na tua
Sentada na lua, sentada na lua, sentada na lua..

[Grupo Restrito]

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Exclusão Social (argumentativo)

Cada vez mais é reconhecido na nossa sociedade portuguesa uma exclusão social.
É distinta por a sua diferenciação devido a várias intrigas, como maneira de ser, maneira de agir, pensar, falar, por o seu vestuário, se é mais rico ou em segunda mão, porque a religião e a politica são diferentes, por o seu estado económico, financeiro, e social; contudo um comportamento fascista e racista a sociedade do presente.
É mais notável esta exclusão por parte dos jovens. Podemos ver nas escolas, divisões nos, mais conhecidos por “grupinhos”, devido ao seu ano lectivo, a sua cor, à sua raça, ao seu comportamento intelectual e mental.
Quantos de nós, na escola, por não emprestar-mos uma caneta, um lápis, uma borracha, coisas completamente insignificantes, somos marcados como egoístas e só por ai somos excluídos do grupo? Quantas vezes não aconteceu por não acharmos o mesmo a respeito do rapaz ou da rapariga “x”, como o nosso grupo, somos renegados de opiniões?
A exclusão social é algo que marca também a vida familiar do nosso país, começando pela dificuldade de emprego.
Uma pessoa que vá a uma mera entrevista de trabalho, candidatar-se muitas vezes por necessidade para melhoria de vida económico, é muitas vezes rejeitada. As pessoas olham cada vez mais pormenorizadamente para o seu nível físico, e não a sua capacidade intelectual.
Basta uma pessoa ter um aspecto menos apropriado, mais apagado, mais nobre, pertencer a um bairro social mais vulgar, com má fama, ser de uma religião e politica diferente, e ser de outra raça senão a “comum”, como eles a vêm, é à partida directamente excluída da sua possibilidade de emprego.
Para além destes pontos, temos também a parte em que pessoas com dificuldades motoras, e mentais são excluídas e criticadas do inicio como ignorantes e incompetentes, pois devido às suas dificuldades não sabem fazer nem têm ideia de nada.
A partir destes exemplos, podemos ter uma noção da sociedade em que vivemos. Uma sociedade que julga, critica, subestima, e não consegues ver a qualidade do ser humano, senão a sua imagem física, o seu vestuário, o seu dinheiro, a sua raça, a sua politica, as suas regras. Coisas como os direitos e deveres do ser humano estão actualmente a ser ignoradas, permanecendo então uma discriminação a nível social, físico, politico, religioso e económico.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Maria Elisa



12 anos m.a.
LY@

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ás voltas

Hoje sentei-me na porta do mundo, e olhei a volta, sorri e apreciei, ouvi depois chorei.
Pensava nas voltas lentas que o mundo dava, e que enquanto girava a vida se alterava ao seu tempo. Olhava ao lado e aprendia, ouvia e acreditava, apreciava e era admirada. Contudo o mundo rodava lento, e pensei como se o tempo passava tão depressa. Uma comparação absurda talvez, mas se pensar-mos as suas voltas resultam no tempo da nossa vida, são as voltas que damos, as quedas que nos traiem. Mas o meu olhar mostrava-me que o que via era perfeito, que o mundo era redondo, que o universo era infinito, que as estrelas brilhavam. Mas um cometa estremeceu e tocou sobre a minha cabeça, parei, observei, não ouvi, porque esse cometa mostrou-me que as coisas não são assim, não existem coisas perfeitas, nós é que assim as fazemos, as coisas enganam. Quando ouvia, ouvia o que queria, e o que não devia, ouvia a mentira, e a mais pura verdade, o problema era qual delas certa seria.
Um amigo não é aquele que está sempre do teu lado e contigo concorda, é aquele que critica.
Um amor não é perfeito, apenas complementado.
Um olhar é como um espelho, mas lembrem-se, os espelhos enganam e nem sempre são a imagem da alma.
Um ruido é um mexerico que corre de boca em boca.
O silêncio uma morte.
Uma dor uma desilusão.
Um carinho, por vezes amor, por outras pena.
E tu, a tua voz, o teu olhar, o falso.