terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"No confim,mais obscuro do mundo, sou reconhecido no silêncio, e aplauso dado no fundo "


Sou o eterno em cada linha
Que adivinha o incerto,
Quando escrevo eu vejo o mundo
Que programo e desperto.

Mil versos como que uma vida
Que este povo se queixa,
Eu tento não ver isto
Mas esta caneta não deixa.
Faço desenhos de esperança
Como uma criança que voa,
Enquanto o mundo é inocente
Não mente nem magoa.

O pouco que tem é tudo
Mas partilha com o colega,
Que a inocência trás a justiça
Que a ambição ainda não leva.
Rabisco palavras
Com imagens e o desejo,
De fazer o quadro perfeito
Com as imperfeições que vejo.
Sou a tinta que corre
Nesta folha livremente
,
Sou a verdade que a mentira
Risca pra se por à frente.

(...)

Sou a história, sou o agora
Sou um amanhã sem medo,
Memória que me adorna
E não deixa um só segredo.

Sou transparente, recto, frio
Agressivo de punho em riste,
Fechado, subjectivo, e
Internamente triste.

Um amigo que não vejo
O que desvalorizo no dia-a-dia,
Sou o abraço que recebo
E dou a quem não devia.
Sou o crescimento feito,
Perspicácia e persistência, a aprendizagem boa
Na voz de uma má influencia.

Sou as coisas certas
Com consequências erradas,
Opções más tomadas
Que acabam recompensadas.
Sou este mundo que no fundo
Gira ao contrario,

Que não forma milionários
Escolhe um operário precário.
Sou a expectativa, a melhoria
A qualidade de vida,
A ilusão, o sonho
A oportunidade prometida.
A garantia dada e merecida
A quem respira,
Eu sou tudo e não sou nada
Sou só papel e tinta.


.[Royalistick- 'Na Ponta de Uma Caneta']

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