terça-feira, 4 de agosto de 2009

E agora pai


É que antes estavas sempre lá.
Podia ser pequena, mas não suficientemente parva para não perceber o que fazias, ja o via, há muito. Contudo ignorava, quem é que iria dar ouvidos a uma criança. Sabes, cada paço que te pedia era uma prova, nada mais que isso.
Nunca na minha vida pederia perder.te, mas sabes o que é triste? É saber que estas aqui mas que não estas comigo. Saber que me trocas-te. Quando dizes que tens saudades minhas, sabes o quanto me custa ouvi-lo? Dizes te-las mas sempre que estas comigo não podemos estar só os dois a vontade, há sempre alguém. Já não me ves todos os dias, chegas a não me ver semanas, mandar uma mensagem por dia e não responder não é o suficiente, e quando ligas, as vezes faço de proposito, esito nao atender o telemovel só para ficar à espera que ligues mais uma vez que seja como sinal de quereres mesmo falar comigo, mas não. Em vez disso mandas uma simples mensagem a perguntar se está tudo bem.
Em vez de estares comigo tens outros planos no qual eu fico para 2º ou 3º. Pai, um dia sei que disses-te que sentis-te que estavas a perder a tua filha, e agora pergunto, não achas que já é tarde de mais?
Daqui a um tempo, quando ganhar coragem, frente a frente questiono-te: Pai, e os planos que faziamos? As promessas que fazias? Será que ela é mesmo mais importante pra ti do que eu?
Quando souberes a resposta espero que imediatamente ma des. Contudo, já não te conheço.

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