sexta-feira, 21 de agosto de 2009

To Give

Sabes o que é que eu sentia? Ouvi tudo. Ouvi o teu sorriso, o meu sorriso, o nosso sorriso. Ouvi corações, ouvi lágrimas, ouvi gritos. Mas não, não vi nada, apenas sentia. Sentia aquela brisa que me arrepiava com o teu toque, sentia pancadas ca dentro de cada vez que sentia o toque do teu olhar. Tudo o que pensava ver, não era mais transparente como vejo agora. Eu ouvi o rebentar das ondas ao teu lado, toquei a areia molhada junto ao teu corpo, pisei as rochas que me marcaram só para correr para te tocar, para te abraçar e beijar.
Porque é que apesar de pensar, não o achei. Pensei que era diferente, mas afinal quem és tu?
Cada vez que te via desejava tocar-te como se fosses um único, desejava-te mas receava-te, tu vias e vinhas para mim, sentias o peso que carregava, ouvias aquelas músicas só para me tirar um sorriso. Por quanto tempo tive de ser forte, como podes-te tu ser tanto para mim.
Eu vi aquele por do sol, picada por arbustos enrolada no teu abraço, aquecida por o teu calor, a dizer "amo-te". Dizia sempre que ia tentar novamente amanhã, simplesmente achava que valia a pena. Deste tudo a alguém que não te pode amar de volta, fizes-te tudo, por alguém que não te consegue amar. Era um conjunto de nervos, uma pressão, gritava para dentro para ninguém ouvir só para pensar onde estavas, já só ouvia a tua vóz, as palavras de amor que ouvi-a já não vinham de mais ninguém, já não tinha escolha. Era uma tentativa de me encontrar viva à espera de algo sem mentiras, já não era medo, estava viva. Sonhava com os beijos, e perguntava-me se não me magoaria desta vez, se não era paranóica, fechava os olhos e sentia-o, mas não era precisso, notava-se à distância, não era algo só de dentro. Prometia que não me magoaria. Era real? Eramos reais? O que era real nisto tudo? Esperava que me dissesses. Tentei descobrir algo para o tornar mais doce, mas receava partir o meu coração, era apaixonada, não me deste razão para aquela dor, não me deste alma. Ouvi-a a tua voz, pensava, tem respeito. O teu corpo era algo tão sereno, tão natural, limpo, suave, perfumado.
Já só procurava ouvir o conforto das palavra que prenunciavas, acreditava nelas. Já não acreditava em castelos, o tempo começava a esgotar-se, as conversas eram vagas, já não te podia ter de volta.
Deixas-te de precisar de mim, deste a chance de respirares a tua liberdade. Nunca precisas-te disso comigo. Eu não era apenas algo que se anotava numa folha de papel como lembrança, eu estava lá, era real.
Aqueles amanhãs não voltaram, não restou nada para depois, não voltou a ser tentado.
Era amor, que amor era aquele? Quisemos ir por nós, ninguém podia mais contextar isso. Ficamos um pouco sós aquela noite.
Já não restava nada, agora era pedir emprestado ao que nos passou, amanhã vai ser diferente, vou tentar outra vez amanha, porque só agora te faço o meu adeus, só agora sei que desapareces-te, que me fugis-te. O tempo trás aquela brisa de volta, o sol brilha quente como aquelas nossas dunas salgadas. Tudo o que demos perdeu-se, foi tudo triste, dificil, doloroso, foi. Mas dei, dei tudo.

"Adeus, até um dia."

Sem comentários:

Enviar um comentário